quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Exercício da Gratidão

Esses dias tenho refletido sobre o poder da gratidão. Fiquei pensando como esse sentimento pode funcionar como mola propulsora para a vida. Partindo do princípio deste questionamento, o que é a gratidão? Resposta rápida, é a sensação de retribuição para algo bom que nos foi concedido. Uma sensação que não deve ser confundida com dívida, porque certamente se tornará algo pesado, cansativo e dolorido. Na verdade, ela é leve e livre de cobranças.

Penso que a gratidão é um sentimento que deve ser compreendido e praticado. Ao entender que a vida e, tudo que ela nos proporciona - incluindo altos e baixos, erros e acertos, dores e prazeres - é um presente do universo, tudo fica mais fácil. E, como uma pedra lançada em um lago inerte que provoca ondas que se espalham, atingindo, e movimentando tudo em volta, a gratidão abre portas para outros sentimentos positivos.

O ser humano é energia, vibração, e como ondas de rádio podem ser sintonizadas, fazendo com que tudo e todos que estejam na mesma frequência se aproximem. Fato que o meio influencia diretamente o ambiente e vice-versa, questão já comprovada pela filosofia e diversos segmentos da ciência. Pensando nisso, imagine que somos feitos de matéria leve, quase tão sútil quanto o éter, sendo assim, se estivermos ligados a uma âncora ficaremos inertes e predispostos a ser depósito de lodo. Já ligados a um balão é possível alcançar o céu e navegar por novos horizontes.

Penso que é essencial para a vida, perceber que ela é um dom único dado por Deus. Ter a chance de estar na Terra, independente da condição, é um presente maravilhoso, uma oportunidade para vislumbrar as belezas do mundo (basta olhar atentamente) e, essencialmente, para aprender, evoluir e se tornar um ser humano melhor.

A gratidão permite a humanidade ver o mundo por uma ótica melhor. Por isso, ao acordar, respire fundo e gradativamente perceba seu corpo, cada fibra, o dom da visão - infinitas matizes de cor, audição - inúmeras possibilidades de som, olfação - o ar entrando nos pulmões, gustação - diversos paladares, e tato - permitindo a experiência única do toque, e perceba como a vida é grandiosa, devendo ser usufruída e zelada.

Agradeça a Deus, a todas as pessoas que contribuíram com sua caminhada terrestre, os aprendizados, e tudo o que a vida proporciona. A gratidão é uma via de mão dupla, fazendo bem para quem emite e quem recebe o agradecimento. Funcionando como um grande espelho para o mundo, confirmando o dito popular "sorria para o mundo, que ele sorrirá pra você".

Ressalto que o exercício da gratidão não é fácil, em meio aos dias difíceis, mas sem dúvida trarão bons resultados quando praticados ao longo da vida.

Abra a mente e o coração para essa energia. Conecte-se com o que é bom.

Silas Macedo

Texto dedicado aos meus pais - Jalmir Rodrigues e Salete Macedo.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Gay é Legal

O que você acha dos gays? Esse é o ponto de partida para uma breve reflexão sobre como a sociedade moderna vê e se comporta diante da homossexualidade. Em geral, as respostas a essa pergunta são; "não tenho preconceito, eles lá e eu cá", "se eles me respeitarem e manterem distância, sem problemas", "eu aceito e gosto dos gays, já lésbicas não dá pra suportar né" - resposta de mulheres heterossexuais, "eu amo ver duas mulheres juntas, me dá tesão" - posicionamento de homens heterossexuais, "sou fã de vários atores e músicos gays", "Adoooro gays! Meu cabeleireiro é, tenho amigos, nenhum problema com isso".

Aparentemente respostas positivas sobre a homossexualidade, supostamente demonstrando respeito e tolerância. Mas a cena muda quando as mesmas pessoas que deram essas respostas são colocadas diante de um casal homossexual nas ruas, em um restaurante ou cinema, em um ambiente profissional, entre outros lugares que qualquer ser humano frequenta livremente.

Surge a indignação; "falta de vergonha na cara e surra", "nojo", "os gays abusam, agora querem demonstrar carinho nas ruas", "não sou obrigado a conviver com eles", "imagina se meus filhos vem essa baixaria", "por que eles não ficam no canto deles".

É engraçado ver como o ser humano insiste em viver mentiras, em meio a hipocrisia, e vidas  perfeitas encenadas, justificadas pela ignorância e incapacidade de ser empático. A ciência atesta que a homossexualidade é uma condição, não escolha ou opção. Tendo como base os depoimentos de diversos homossexuais que afirmam que diante do preconceito e violência, se pudessem escolher, não escolheriam essa condição e sim ser "normal". E a única opção do ser humano, independente de qualquer condição, é ser feliz.

Diante disso, é possível perceber que a homossexualidade não dever ser tratada como uma doença contagiosa, para que a classe LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgenêros) devam viver em guetos isolados da sociedade. E ainda que a repulsa e o preconceito heterossexual estão arraigados em questões culturais, e desejos e questões sexuais mal resolvidas.

E quanto aqueles que adoram gays como cabeleireiros, amigos, etc., a opinião emitida muda quando a realidade está mais próximo, por meio de um filho ou parente gay. É simples aceitar a homossexualidade do filho "viadinho" do vizinho, ter um amigo "baitola" não é problema, mas já aceitar essa condição tão perto é, por vezes, insuportável e desastrosa. 

Sem falar no número crescente de atos de violência, ofensas, e morte causadas por homofobia. Até quando seremos coniventes com essa situação? Por que é mais fácil tolerar atos de violência do que gestos de carinho entre duas pessoas do mesmo sexo?

Penso que para lidarmos e compreendermos as diferenças, quaisquer que sejam elas, devem partir de um exercício empático - se colocar no lugar do outro, desmistificar os próprios tabus, e principalmente, estar abertos para o novo. Ações que, sem dúvida, permitirão o respeito ao próximo. Uma postura que deve ser tomada gradativamente contribuindo para a evolução da humanidade.

E por fim, sugiro uma análise de consciência, quando for necessário emitir a opinião sobre gays e lésbicas, e o real posicionamento diante deles.

Trate o próximo como deseja ser tratado.

Silas Macedo

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Proteção Espiritual

Santo Anjo do Senhor, meu zeloso guardador.

Se Deus a ti me confiou, guardai-me e guiai-me na luz e na graça divina.

Encaminha os irmãos infelizes, encarnados e descarnados, para a luz da face de Cristo.

E protege-me de todo o mal.

Assim seja (Amém)!


Oração antiga, passada de geração em geração, para o bem e proteção de toda a humanidade. 

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Relacionamentos e seus investidores

Imagine que as relações humanas são como uma grande instituição financeira, um banco ou bolsa de valores, onde existem vários tipos de investidores. Todos eles, com perfis completamente diferentes, mas ligados pelo mesmo objetivo, criar e manter relacionamentos saudáveis e duradouros.

Conheça as regras, os investidores, e faça suas apostas
E, conhecer e entender o perfil de cada investidor, ajuda a identificar qual o nosso perfil e também das pessoas que nos relacionamos, de forma que esse entendimento permita melhorar as relações humanas.

Após refletir, dividi os "investidores" em três tipos ou arquétipos, os conservadores, os apostadores de risco, e os não-investidores.

Os conservadores são aqueles que ao conhecer alguém, seja companheiro de trabalho, candidato a amigo(a) ou namorado(a), demorarão para "investir" no novo. Naturalmente desconfiados, eles examinam lentamente o novo, baseados no medo, sempre prontos para se esquivar de uma traição. Os conservadores ficam a espreita imaginando o que o outro tem em mente, e gradativamente formando a opinião se devem ou não apostar.

Quando decidem apostar, não colocam todas as fichas na mesa, vão apostando uma a uma, até que realmente possam confiar no novo relacionamento. Mas, é necessário ressaltar, que qualquer deslize será suficiente para que ele mude de opinião e recolha todas as fichas apostadas até aquele momento.

Já os apostadores de risco, destemidos, são naturalmente emocionais, se apaixonam pelo novo. Sem medo de perder ou se machucar, lançam o corpo de peito aberto rumo ao precipício, na certeza que serão amparados pelo outro. Apostam tudo! Sem titubear jogam todas as fichas na mesa. Quando recebem uma resposta recíproca, sentem-se vitoriosos, e felizes por poder apostar no melhor da humanidade. Porém, quando decepcionados, seja por mentiras, deslealdade e falta de reciprocidade, vão gradativamente retirando as fichas da jogada.

Não radicais, eles ainda concedem um novo voto de confiança, porém com ressalvas. E neste momento que o jogo é decidido, porque podem novamente apostar no novo, ou gradualmente retirar as fichas da mesa, até que o novo seja considerado nada, e passe a inexistir.

Por fim, os não-investidores, sem muitas explicações, são totalmente descrentes nas relações humanas. Eternamente desconfiados, jamais dão um voto de confiança ao outro, preferem ficam na defensiva, dentro da ostra, inertes, não dispostos a mexer um músculo rumo à evolução. E por que? Quanto se é uma pessoa sorrateira, pronta para trair, puxar o tapete alheio em benefício próprio, certamente também se é uma pessoa desconfiada. Seguindo o raciocínio, o indivíduo que trai o próximo, sempre acha o outro pode traí-lo.

A questão é entender qual o tipo de investidor somos, e principalmente com quais investidores estamos nos relacionando. Creio que essa consciência ajudará no auto-conhecimento, e principalmente evitar frustrações e usufruir de relações plenas e saudáveis.

Silas Macedo

domingo, 9 de setembro de 2012

Joio, trigo e política


Nos últimos tempos, a política, e as vivências entorno dela, tem me feito aprender e também refletir muito sobre ela, justamente por estar trabalhando como assessor de imprensa de um parlamentar de Guarulhos.

Em meio a corrida para as eleições 2012, faltando menos de 30 dias para o povo ir as urnas eletrônicas, supostamente para escolher seus representantes junto ao Poder Público, o que vejo apenas é grande parte da população descrente sobre qualquer possibilidade de mudança  no cenário político, indecisa entre anular o voto ou não.

E como mudar este quadro, já que temos em Guarulhos 1128 candidatos a vereador, sete para prefeito  - segundo o site DivulgaCand, incluindo os candidatos com nomes como Palhaço Legume, Bigode da Lotação, João Cabeção, Fulana da Tapioca, João do Gás, entre tantas outras bizarrices. Sem esquecer de incluir entre as opções, aqueles que não entendem nada de política e almejam apenas um cargo na Prefeitura, os corruptos que já atuam como parlamentares e desejam continuar no comando, os que tem a chamada moral flexível, e por fim, embaixo de toda essa sujeira, alguns bem intencionados, e no final aqueles que entendem, amam e querem fazer política limpa.

O grande desafio, diria quase utópico, é expurgar todos o lixo que se intitula candidatos a representantes do povo, dando oportunidade para os  realmente dispostos trabalhar. E por falar em povo, será que ele realmente sabe votar? Penso que votar é uma arma, um direito conquistado, que deve ser usado com sabedoria, e não desperdiçado como tem sido feito.

O povo não escolhe seus representantes conscientemente, com poucas exceções. A maioria ainda vende o voto de alguma forma, defendendo apenas os interesses e proveitos individuais. Estamos na reta final das eleições, e a maioria desconhece os prefeituráveis, e quanto aos vereadores, poucos são os que têm boas propostas e são ouvidos  pela população.

Acredito que única forma de resolver esta equação é por meio da educação do povo, ensinando o cidadão desde cedo a conhecer e refletir política. Sem a necessidade de ser um cientista político, mas apenas alguém consciente. E na outra via, criar mecanismos que impeçam que qualquer um se torne um parlamentar. A proposta do Ficha Limpa já é um começo, mas penso que é necessário criar muitos outros. Sugiro um  currículo mínimo para ser candidato, incluindo por exemplo; a realização de trabalhos sociais, engajamento, formação acadêmica e bons projetos.

Sem dúvida, ações que apenas surtirão efeito a longo prazo. Isso, caso essas mudanças venham acontecer. E o que resta então?

Votar consciente! E como em um trabalho de formiguinha, cada um fazendo sua parte, para obter a diferença no resultado final.


Silas Macedo

sábado, 25 de agosto de 2012

Casar ou comprar uma bicicleta, eis a questão...

Casar ou comprar uma bicicleta? Esta frase remete a uma dúvida comum do ser humano, quando é necessário decidir em se unir a alguém, construir uma vida juntos, ou simplesmente seguir outro caminho.

A recente notícia do casamento de uma amiga balzaquiana, uma união repentina diria, me fez refletir sobre a decisão e a importância de se unir a alguém. Por que as pessoas se casam? Quais os conceitos e convenções envolvidos no matrimônio? Quais os motivos que levam duas pessoas a trilharem um só caminho?

No caso da minha amiga, ela afirma que não dispõe mais de tempo para ser infeliz, e que encontrou alguém que também está disposto a construir uma vida juntos. E novamente me deparo com a afirmativa, disposição é sinônimo de amor. Foi inevitável, questionei minha amiga se ela não tinha medo de arriscar, errar, e se frustar. Sem titubear, ela afirmou que não, primeiro porque  está seguindo seu coração, e segundo porque viver é correr riscos.

Seguindo o raciocínio questionei uma outra amiga, com vinte e poucos anos, que também vai se casar, se ela tinha plena certeza da decisão. Fui esclarecido com a resposta: Claro que sim! Com ele eu posso ser eu mesma, não mentir, ser compreendida, e ter a certeza que tenho um amigo, companheiro e amante que poderei contar sempre.


Outro amigo me disse, eu não tenho dúvidas que ela é a mulher da minha vida, e ela sabe que eu sou o homem da vida dela, e por que? Eu sei que se precisar dela as três da madrugada, e se for necessário atravessar o mundo, ela estará comigo, assim como eu faria isso por ela. 

Diante desses relatos, penso que afirmar que o casamento é sinônimo de naufrágio e infelicidade, é um erro. O conceito de união foi ao longo do tempo deturpado e confundido com convenções, criando casamentos falsos e tristes. 


Sinceramente, penso que só que as pessoas devam apenas se casar quando têm certeza do que querem, sentem e almejam. Passado o período de namoro que contempla a atração, paixão e reconhecimento (período do test drive), é necessário questionar se os interesses apontam para o mesmo local, e ainda se além da atração física e sexual, o respeito, o companheirismo, o amor e amizade serão suficientes para construir um relacionamento forte e duradouro.


Se as respostas forem positivas é hora de pegar a bicicleta, colocar o amor confortavelmente na garupa e seguir - preparados para os buracos, superando altos e baixos - rumo a felicidade. 

É o que almejo pra mim.


Silas Macedo

domingo, 12 de agosto de 2012

Via de mão dupla

Recentemente ouvi de um amigo: "Você sumiu! Tenho sentido sua falta na minha vida." Na hora respondi que estava trabalhando demais, mas que em breve nos encontraríamos. O questionamento me fez refletir sobre a importância da reciprocidade nas relações, sejam elas, familiares, profissionais, amorosas ou amizade. 

É fato que a agitação do dia a dia por vezes nos faz "esquecer" de dedicar a devida atenção para as pessoas que queremos bem. Quantas vezes a corrida contra o relógio, somada a milhares de tarefas cotidianas, nos faz esquecer o aniversário de um amigo, um compromisso agendado há dias, ou mesmo mandar uma mensagem ou fazer uma ligação para quem amamos. 

Penso que não há culpados nas relações negligenciadas, creio que haja apenas pessoas desatentas que não se policiam. Afinal, será que é impossível dispor de um minuto para fazer, por exemplo, uma ligação? Quantas vezes fazer uma chamada apenas para desejar "bom dia" ou saber como a pessoa está, pode mudar o dia de uma pessoa, ou ainda no caminho inverso, salvar o nosso. 

As relações, como quase tudo na vida, necessitam de cuidado e atenção, caso contrário, perdem a força e morre. A chamada regra de ouro - trate o próximo como deseja ser tratado - deve ser aplicada a todos os tipos de relacionamentos. No trabalho com respeito e responsabilidade, nas amizades para que elas se fortaleçam na verdade, na família compreendendo e respeitando as individualidades, e na atividade diária de fortalecimento e reconquista do amor.

E como em uma via de mão dupla, é necessário que haja fluxo de ida e volta (a tal reciprocidade). É neste fluxo que é possível perceber se tudo o que se devota é recebido com respeito e gratidão, e principalmente, se tem devolução. Nós humanos somos benevolentes e também egoístas, por isso, temos a necessidade de receber de volta o que doamos, por mais que uma pessoa seja altruísta, a devolutiva serve como termômetro nas relações. 

Basta pensar, ninguém liga para alguém que não faz questão de receber aquela ligação, um exemplo, entre tantas situações.

Diante disso, penso que a meta é seguir nesta via de mão dupla, de forma que possamos amar e em troca amados ser.

Silas Macedo



segunda-feira, 25 de junho de 2012

Verbo Abravanar

Abravanar, eis o novo verbo! Muitas pessoas têm me questionado sobre a veracidade e a origem deste verbo. Para aqueles que nunca ouviram ou usaram esta palavra, segue a explicação. "Hoje vou abravanar! Nossa, fulano abravanou ontem." Quando alguém extravasa, exagera, rompe limites, se sobressai, foge ao cotidiano, ela simplesmente ABRAVANA!

É quase um sinônimo de arrasar. Mas qual a origem da palavra que, inicialmente foi usada por um grupo seleto de amigos e, gradativamente, vem sendo agregada ao vocabulário de mais e mais pessoas? Tudo começou com a amiga, jornalista e ex-professora Cicélia Pincer. 

Segundo ela, a etimologia da palavra está diretamente ligada ao nosso querido amigo Silvio Santos Abravanel, mais conhecido como o dono do baú, proprietário do SBT (Sistema Brasileiro de Televisão), e também da rede de cosméticos Jequiti - para nossas amigas de casa e "bios" (sinônimo para gays) de plantão.

Ao usar o verbo pela primeira vez, Cicélia explicou que o Silvio Santos é o perfil perfeito de brasileiro que superou as próprias expectativas, partindo da carreira de camelô para o empresário e, sem dúvida, a figura da mídia mais carismática do País.

Diante da explicação, o sentido da palavra ficou claro. Abravanar é sinônimo de superação e tudo o que é bom (podendo ser usada ainda para situações de exagero). Se entendeu e gostou do verbo, então comece a usá-lo, e mais importante, prática-lo na vida.

Abaixo a conjugação verbal para evitar erros:

Eu abravano
Tu abravanas
Ele abravana
Nós abravanamos
Vós abravanais
Eles abravanam


Silas Macedo

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Exercício do livre-arbítrio

O livre-arbítrio é, sem dúvida, a maior e mais difícil dádiva dada por Deus aos homens. Afirmo, após refletir sobre o significado do dom da escolha, suas infinitas possibilidades diante desta ou aquela escolha sobre o tempo, e principalmente, a evolução e o aprimoramento pessoal.

Para entender a magnitude do livre-arbítrio, basta olhar as pequenas situações no cotidiano que refletem leis universais que levam ao exercício pleno do amor.

Primeiramente, ao olhar uma criança é comum vê-la andar despreocupada, curiosa, e disposta a "colocar o dedo" em tudo para sentir a textura, gosto e temperatura. É natural, que o adulto atento, oriente a criança quanto ao que é certo ou errado, pode ou não, o que faz bem e mal. "Não coloca o dedo na tomada, você vai levar um choque", avisa.

Mas, não é surpresa, se logo ouvir o choro da criança ao levar o choque elétrico. Um situação que demonstra um pouco da natureza humana, contestadora, disposta a correr riscos, mesmo recebendo alertas. Diante disso, a criança - agora satisfeita - aprendeu, e o adulto - compreensivo - recorda que havia avisado.

Um exemplo simples que vale para todos os momentos da vida, seja na infância, adolescência, vida adulta ou velhice. Sempre em processo de aprendizado, as escolhas vêm para aplainar nossas arestas, e contribuir com o caminho rumo ao futuro. E quantas vezes a dúvida na surge? Devo seguir este ou aquele caminho? Entro na batalha ou abstenho? Caso ou compro uma bicicleta?

E quais as consequências dessas escolhas diante do mar de possibilidades. Algo como o efeito borboleta - o bater das asas de uma borboleta pode mudar o curso natural da realidade, conceito apresentado no filme, de 2004, com mesmo título, dos diretores Eric Bress e J. Mackye Gruver.

Porém, o mais relevante, de forma empática, é observar e respeitar a escolha do outro, seja uma criança, um filho, amigo, ou amor, mesmo diante de um erro visível e confirmado. Mas como vou deixar quem eu amo e protejo dar uma cabeçada na pedra, sabendo da dor? É exatamente neste momento que é necessário praticar o amor e o respeito a livre escolha.

Deus em sua infinita sabedoria e amor, nos concedeu o livre-arbítrio, permitindo escolher entre, por exemplo, a violência e barbárie, e a paz. Ele, independente do nome dado - Deus, God, Alá, Krishna, Grande Espírito, concedeu a humanidade a escolha e a eternidade necessária para a evolução individual. 

Quem ama, respeita e compreende, sendo um exercício de aprendizado, tanto para quem orienta, como para o que é orientado. Uma missão, por vezes difícil, porque é normal também no ser humano brigar por aqueles que se ama.

Diante disso, usemos este dom para a evolução pessoal, contribuindo com o caminhar e o aprendizado de quem amamos.

Silas Macedo

quarta-feira, 2 de maio de 2012

Frágeis e preciosas relações

A vida começa, e com ela o primeiro grão de areia despenca rumo a contagem regressiva na ampulheta que leva a morte. A cada dia, um novo nascer do sol, e com ele oportunidades para conhecer e desfrutar da experiência de viver. Independente de crença ou religião, que discutem a veracidade da continuação pós-morte, seja na ressurreição, reencarnação ou imortalidade da alma, é fácil vislumbrar - em meio a tantas incertezas - qual o saldo real e positivo da vida. Arrisco afirmar que são as relações, amizades, amores e vivências, as únicas preciosidades que de alguma forma serão imortalizadas.

É comum ver em despedidas ou sepultamentos, pessoas recordando e falando das memórias, do jeito de sorrir, falar, qualidades e defeitos, de alguém que não mais estará fisicamente entre os presentes. A morte é, e sempre foi, o maior mistério da humanidade. Afinal, qual o sentido da vida? Uma pergunta que desde sempre ronda os pensamentos de homens e mulheres ao longa da história.

Porém, há vezes que grandes mistérios dão indícios de como serem resolvidos por meio das formas mais simples. O que seriam a memória, a saudade e o bem querer, se não sinais da imortalidade. E não me refiro a recordação impressa em fotos, mas aquela que pode ser vista refletida nos olhos de alguém que lembra de forma carinhosa aqueles que já seguiram ao encontro da morte. Pensamentos e lembranças não seriam desenhos sutis que desmistificam a morte e comprovam a imortalidade? Creio que sim.

E diante da resolução de tal equação, é possível perceber a importância em cultivar boas e verdadeiras relações durante a vida, porque somente as amizades e amores verdadeiros serão o saldo positivo ao final da jornada terrestre. Algo tão precioso e frágil, que muitas vezes negligenciamos por motivos infundamentados. Uma discussão de ideias, pequenas divergências, egoísmos e medos se fazem suficientes para ofuscar o valores das verdadeiras relações.

Quem nunca brigou com alguém que ama? Quem nunca se arrependeu? Quem nunca ficou longe de quem se ama por um bobagem? E enquanto buscamos justificativas - completamente sem valores - para endossar a ausência, o tempo corre, e cada grão de areia da ampulheta é desperdiçado. Tempo suficiente para aproveitar cada momento, cultivar boas relações e dizer que ama. Afinal, dizem que apenas brigamos com quem amamos, com quem realmente faz diferença em nossas vidas.

Que alívio, quando o véu da mágoa cai dos olhos, permitindo que amizades e amores sejam reatados. Um suspiro tranquilo, já que a areia continua cair, só que agora podendo ser usufruída da forma que realmente merece.

E ao perceber essa realidade, sejamos capazes de literalmente cultivar as relações, cuidando de quem amamos, reconquistando diariamente a pessoa que almejamos  passar o resto de nossas vidas, reacendendo a paixão, reafirmando valores como lealdade, perpetuando as verdadeiras amizades, e fortalecendo os laços familiares. 

Uma missão difícil, tendo em vista que a vida não é só flores, mas, sem dúvida, possível de ser cumprida. Basta dispensar atenção ao que realmente necessita. E, caso haja pessoas que desejam viver o contrário, respeite o livre arbítrio, e siga rumo a felicidade e a plenitude.

Por isso, se eu pudesse dar um conselho valioso, não titubeie em fazer as pazes e dizer o quanto ama alguém. A vida é preciosa demais para ser desperdiçada com tolices.


Silas Macedo

terça-feira, 24 de abril de 2012

About me

Sou ávido e eterno enamorado pela vida

Naturalmente biofílico
Amo o ser humano e me apaixono pelas pessoas

Acredito no amanhã, na revolução do hoje e que a humanidade pode trancender e tocar a face de Deus

Trago a arte e a comunicação como ferramentas que podem fazer vibrar as notas mais finas da alma

Acredito no amor, no sublime, no destino e que todos percorrem o caminho do Orinoco até o mar

Por vezes, me decepciono
sinto as forças da descrença, da violência e da dor

Penso que vamos sucumbir, mas lembro da forças de samsara e dos dons capazes de manifestar o divino, transceder e volitar

Sou idealizador de sonhos, transito entre o céu e a terra

Mais um mortal em busca da vitória sobre o tempo e o esquecimento... 



Silas Macedo

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Beijo roubado

Esses dias tenho refletido sobre a importância do beijo na vida do ser humano, e os seus significados durante a existência de uma pessoa, desde a infância até a morte. Penso que o beijo é visto pelas crianças como algo ingênuo, bobo e sinônimo de carinho. Basta lembrar pais que beijam seus bebês como gesto pleno de afeto.
O tempo passa, e no final da infância, a maioria das crianças veem o beijo como algo nojento e repulsivo. Meninos e meninas não entendem o que passa na cabeça dos adultos."Eca! Como as pessoas podem se beijar?" ou "Credo! Tenho nojo da baba dos outros!", são algumas das frases que ouvi de crianças. 
Foto captada por Robert Doisneau em Paris (1950)

Logo vem a adolescência, o turbilhão de hormônios e desejos, o primeiro beijo, por vezes prematuro, outras tardio entre os adolescentes. Lábios que se tocam, troca de fluídos e toque das línguas.

Começa então a temporada de caça aos beijos, no colégio, na balada, nas festas... Sempre bom e com gosto de quero mais!

Porém, o beijo se revela como a porta para as paixões. E logo surgem beijos mais quentes e íntimos, cruzados com discussões, lágrimas, novos beijos e novas paixões.

Vivências típicas da adolescência, e também do início da fase adulta. Um ciclo efêmero que se repete até o encontro do primeiro ou verdadeiro amor.

Longe da cena romantizada do beijo do príncipe encantado na princesa, ou ainda, do rapaz que encontra a mulher perfeita, o beijo do verdadeiro amor pode ser reconhecido inicialmente pela sensação de "borboletas na barriga", e com o tempo se confirmar por meio da perpetuação da intimidade e carinho. Dizem ainda que o beijo esfria e muda com o casamento. Porém, creio que tudo muda com o tempo, podendo ser perdido ou melhorado, basta dedicar-se - creio eu.

Hoje, vejo o beijo como uma troca, algo íntimo, único e verdadeiro - longe de ser efêmero. Algo que não pode ser desperdiçado, apenas compartilhado. Algo que espero ser perpetuado com alguém que eu realmente ame. Alguns dirão que sou romântico demais, e na verdade sou mesmo. Almejo compartilhar beijos verdadeiros até o final da minha vida, passando pelo adeus da morte, e, quem sabe, um reencontro na eternidade.

Sei que o beijo mudará até o final de minha vida, mas a forma de senti-lo espero ser intensa e verdadeira como hoje.

Em resumo, beije sempre que o corpo e a alma pedirem. Roube um beijo sempre que necessário!

Silas Macedo

domingo, 8 de abril de 2012

Segredos de Dona Martinha

Cheiro de alfazema, manjericão e alecrim
Aroma de roupa lavada no varal
Brisa leve pela janela
Sabor de comida caseira
Sol no quintal
Cochilo no fim de tarde
Coisas de Dona Martinha...
Viagem no tempo
Poesia, vozes e músicas
Conversa íntima e profunda
Pensamento voa
Longe
Além do horizonte
Coisas de Dona Martinha...
Sutileza
Cuidado diário
Delicadeza
Expressados em cada bilhete
Em cada canto
Cada flor
Coisas de Dona Martinha...
Um sorriso
Bom dia, boa tarde e boa noite
Um cafuné
Coisas de Dona Martinha...
Simplicidade

Riso a toa
Gosto de quero mais
Martinha é assim.


Silas Macedo
Texto dedicado as amigas Dalila Pincer e Manuela Rezende, e também a todas as pessoas de alma leve.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Ciclos

A vida é movimento já diziam os sábios...
É um fluxo contínuo, que segue seu ritmo independente das nossas vontades, concretizando os desígnios do regente do universo.
Nascer e por do sol, as marés, as estações, as luas, os períodos de fertilidade, são exemplos de ciclos perfeitos, trazendo em cada etapa a sabedoria da natureza que, sem pressa, manifesta todas as suas potencialidades, as finaliza, e segue pronta para iniciar um novo tempo sem culpa, apego ou preocupação.
Os homens do passado, que ainda tinha a natureza como referência, eram capazes de ver, por exemplo, nos ciclos do plantio diversas lições para a vida com base na paciência. Há tempo de arar a terra, lançar as sementes, irrigar o solo, acompanhar o desabrochar e o desenvolvimento das mudas, a floração seguido da colheita e, por fim, o preparo para uma nova safra de flores e frutos. É impossível também não lembrar de espécies de animais e pássaros que migram rumo a um novo destino sempre que é necessário iniciar um ciclo.
Diante do que chamo de ritmo natural da vida, vejo os homens atuais correndo freneticamente para multiplicar as horas do dia e poder dar conta de necessidades diversas, desrespeitando o tempo de cada coisa. Por que corremos tanto? Por que é tão difícil para o homem moderno viver o agora, sem lamentar o passado, ou tentar planejar (digo, controlar) o futuro?
Em meio a essa "realidade" frenética, surge um novo desafio, como perceber o término de um ciclo? Como saber a hora de abandonar o passado, velhos hábitos, um relacionamento, um trabalho, e seguir rumos a novos horizontes e vivências? Creio que diante de perguntas como essas, é natural surgir o medo do novo, mas nada que impeça seguir em frente, basta estar conectado a si próprio (corpo, alma e coração).
Nada melhor que exemplos para explicar uma situação, imagine viver em um lugar que não te agrada, seguir com um relacionamento amoroso ou amizade que não mais te faz bem, frequentar uma universidade que o curso não tem haver contigo, trabalhar em um lugar onde não há realização profissional e pessoal. Sem dúvida, situações desagradáveis. Por isso, é fácil perceber quando um ciclo terminou, ao sentir que algo que está fora do lugar, fazendo mal, impedindo o fluxo normal da vida.
A questão principal é ter coragem de dar o primeiro passo, rompendo com o falso conceito de equilíbrio e felicidade ligado a estagnação. Para ser feliz, rico e pleno, só há um jeito: Arrisque-se! Permita que o novo venha, independente do lugar, situação financeira ou idade. É necessário conectar-se com o que é bom para que essa realidade se materialize.
Imagine um rio que tem um fluxo e um caminho a percorrer. Caso você coloque uma barreira, a água ficará empoçada, parada e morta. Porém, se você deixar o rio fluir normalmente, sem medo, sem dúvida, o melhor se manifestará. Permita-se ser regido por uma lei básica, a vida é movimento, e siga rumo a satisfação e a plenitude.
Lembre-se que no percurso do rio haverá corredeiras e leitos tranquilos, um movimento que permitirá o crescimento e a superação para se tornar um ser humano melhor e, principalmente, a capacidade de dar valor aos valiosos momentos de felicidade.
E como diz a letra da cantora new age Enya; deixe o Orinoco fluir, seguindo seu percurso ao encontro do mar.
Let flow!
Silas Macedo

segunda-feira, 26 de março de 2012

Uma preciosa colher de óleo

Esses dias me recordei de uma parábola que ouvi de uma freira em uma aula de orientação religiosa ministrada no colégio onde estudei quando jovem. Ela disse que certa vez um senhor muito rico chamou um de seus criados e lhe deu uma colher com um precioso óleo. O servo, sem entender tal ação, perguntou o que deveria fazer com o que lhe fora ofertado.
Diante do questionamento, o senhor ordenou: "Vá, conheça os quatro cantos das minhas propriedades, prove e experimente o que lhe apetecer, busque sensações novas e volte repleto de conhecimento. Saliento apenas não desperdice o óleo essencial que lhe presentiei".
Feliz e afoito, o servo seguiu mundo afora para cumprir as ordens do seu senhor. Chegada a hora de voltar, ele retornou repleto e ansioso para dividir suas vivências com o dono da vasta propriedade. O senhor recebeu o servo, ouviu suas histórias, e na sequência perguntou: "Onde está o óleo sagrado que lhe ofertei?"
O servo, sem graça, respondeu ao senhor que diante das maravilhas do mundo esqueceu de cuidar da colher com o óleo essencial. Ele, envergonhado por não ter cumprido os desígnios do senhor, pediu uma nova chance de percorrer o caminho em posse do óleo.
O senhor, naturalmente compreensivo e amoroso, concedeu ao servo uma nova chance. E ele partiu, concentrado, não retirava os olhos da colher, seguindo passo a passo, percorrendo toda a imensidão das terras.
Ao retornar, o servo correu ao encontro do senhor e disse: "Cá está a colher do precioso óleo! Nada foi desperdiçado."
Porém, o senhor pareceu insatisfeito, e novamente questionou: "O que você aprendeu nesta última jornada? Quais as paisagens que mudaram? Quais foram as pessoas que entraram em sua vida?" Ao ver que o servo não havia cumprido seus desígnios, ordenou que ele novamente seguisse pelo mundo, absorvendo e aprendendo o máximo possível, sem desperdiçar uma única gota do precioso óleo.
O servo atendeu as ordens do senhor, com sacrifício e obstinação, mesmo sem entender o real motivo de tantas jornadas. Ele percorreu caminhos novos, conheceu pessoas, degustou, sentiu, viveu e absorveu o melhor de cada experiência, sem esquecer os cuidados necessários para preservar o azeite valioso.
Ao retornar, o servo percebeu qual foi o verdadeiro intuito de tantas jornadas a pedido do dono das terras, retirar o melhor da vida, trocar experiências como o mundo e as pessoas, sem desperdiçar a sua essência. O senhor ficou satisfeito ao constatar o aprendizado do servo.
Hoje, ao recordar o ensinamento, percebo que a freira já indicava que seguir o caminho do meio, sem excessos, exageros e maniqueísmos é o ideal. Além disso, ela já ensinava como o amor de Deus se manifesta, concedendo várias chances aos seus amados filhos, seja em uma ou várias encarnações (independente da crença). Sem dúvida, a religiosa lançou sementes nas terras férteis das mentes juvenis.
Algo que levarei por toda a minha vida, e compartilho por meio deste Blog.


Silas Macedo

domingo, 18 de março de 2012

Dica de leitura: O livro das fadas prensadas

O que você faria se uma criança afirmasse que vê e conversa com fadas, duendes e gnomos? A maioria das pessoas encararia a situação como uma brincadeira, uma fantasia infantil, algo irrelevante. Outras entrariam na "brincadeira", achando saudável incentivar a imaginação pueril. Há ainda aqueles que repudiariam tal afirmação, sugerindo a criança a encarar a realidade da vida longe de fantasias.
Mas, independente da resposta, o que fazer quando a criança, além de afirmar, prova por meio de fotos e um livro que os tais elementais existem?

Foi diante de uma situação real que surgiu a polêmica sobre as fadas de Cottingley, em 1907, quando duas primas, Elsie Wright, 16 anos, e Frances Griffiths, 10, afirmaram ver os seres mitológicos no jardim de casa.

Em princípio, as meninas foram repreendidas pelos pais, porém para provar o que falavam, elas decidiram fotografar as fadas. A foto, na época, foi estudada por profissionais da fotografia, espiritualistas e curiosos.

A Kodak, na época, admitiu que a foto foi realizada em uma exposição única, o que descaracterizaria fraude. Atualmente, com avanços tecnológicos, a imagem é colocada em cheque. Polêmicas a parte, o caso das meninas de Cottingley, na Inglaterra, serviu de inspiração para obras no cinema e na literatura.
Na sétima arte, o tema virou filme com o título "O encanto das fadas", lançado em 1997, e dirigido por Charles Sturridge. A película aborda a história das meninas e todos os questionamentos científicos a cerca do tema.


Já na literatura, vale o destaque, para "O livro das fadas prensadas de Lady Conttington", do escritor Terry Jones, lançado no Brasil em 1998.
A publicação conta a história de uma das meninas que enxergavam e se comunicavam com fadas, retratando todas as suas experiências em um diário, onde ela prensava algumas fadas entre as páginas do livro com o intuito de provar a existência delas.
O livro, esgotado no Brasil, é uma excelente opção de leitura, com um repertório que mostra a transformação da criança em adulto, abordando os conflitos naturais do ser humano entre o sonho e a realidade.
Para ter acesso a leitura, há opções virtuais do livro, segue link:

http://pt.scribd.com/api_user_11797_vi.martra/d/7012305-O-Livro-de-Fadas-Prensadas

As ilustrações do livro também merecem destaque pela qualidade das imagens das "fadas prensadas" nas páginas dando asas a imaginação do leitor.

Eu li a obra recentemente, me diverti com a narrativa e indico a leitura a todos. E como dizem nos livros, se você acredita em fadas bata palmas! Caso não acredite, bata palmas da mesma forma, afinal, vale a brincadeira e o estímulo à imaginação.
Silas Macedo

segunda-feira, 12 de março de 2012

Rumo a novos mares

Estive pensando sobre a necessidade em recolher a âncora, levantar as velas e navegar rumo a outros mares e buscar novos horizontes.
Nos primórdios da humanidade, o homem era nômade, buscando abrigo e alimento em um novo lugar a cada dia. A evolução proporcionou o desenvolvimento das primeiras técnicas da agricultura, o domínio do fogo e a construção de lugares fixos para morar, fazendo com que o homem optasse em criar raízes - uma condição somada a diversos fatores históricos e comportamentais que decidi não citar neste texto devido a sua complexidade.
O tempo passou, as sociedades cresceram, o mundo mudou, mas a ânsia de ampliar os horizontes é inerente ao ser humano. Um sentimento que amplifica o estado de espírito do ser humano. É claro que não é possível afirmar isso de forma tão maniqueísta, afinal há pessoas que necessitam se arriscar em busca do "mundo novo", e aqueles que preferem a segurança de se estabelecer em um lugar fixo. Fato que, sem dúvida, gera um equilíbrio.
Eu conheço pessoas que detestam surpresas, administrando suas vidas de forma a manter ao máximo as situações cotidianas nos trilhos; e outras que têm uma necessidade constante de ampliar os horizontes. Grupo este, que admito, eu faço parte.
Recentemente, tive a oportunidade, de viver em uma nova cidade, não muito distante da minha terra natal, porém capaz de proporcionar condições para que eu pudesse conhecer novas pessoas, vislumbrar paisagens, saborear paladares diferentes, e sem dúvida, resgatar minha essência "nômade". Percebi que não ter rotina, é algo que alimenta minha alma.
Colocar a mochila nas costas, instalar-se temporariamente em um lugar, desvendar e conhecer os detalhes de ruas novas, desfrutar de bom papos e sorrisos até então desconhecidos, é uma experiência que não pode ser mensurada ou precificada.
E quando é a hora de dizer até breve? Quando saber se é chegada a hora de arrumar as malas, ganhar estrada ou levantar velas rumo a mares nunca antes navegados? Creio que a resposta é; quando a alma anseia por mais, demonstrando fome de conhecimento e liberdade. E ao partir, o ideal é levar no peito e nas memórias o melhor de cada lugar, o aprendizado adquirido com cada pessoa, e seguir. Ao olhar para trás, surge um saudosismo gostoso, com sabor de "um dia eu volto" ou não (quase uma afirmação de Caetano Veloso).
Cada pousada, cada porto, cada cidade, uma semente lançada, uma amizade plantada, a certeza de um porto seguro, e acima de tudo, tesouros adquiridos levados na alma para o resto da vida, ou quem sabe, como diriam alguns, para a eternidade.
Rumo a novos horizontes! Sem amarras, correntes ou âncoras...


Silas Macedo

quinta-feira, 1 de março de 2012

Democratização da moda

Hoje, ao ler uma notícia no site da Folha, me deparei com o que chamo de democratização da moda. O estilista Marcelo Sommer lança hoje uma coleção de roupas para a rede de supermercado Extra, com temas inspirados no Rock and Roll.
A proposta é levar roupas descoladas, assinadas por um estilista renomado, a preços populares àqueles que buscam se vestir com estilo e pagando pouco. Acho a proposta válida, ainda mais quando as peças seguem um padrão de estilo e qualidade como as produzidas pelo Sommer.

Me recordo que o estilista Fause Haten também produziu peças exclusivas para a Riachuelo, levando moda assinada para lojas de departamento.
O fato é que alguns estilistas pregam a "democratização" da moda, de forma que as pessoas (seja você um fashionista ou não) possam se vestir conforme as tendências, porém não de graça. Vamos recordar que a moda é regida pelo mercado, e levar coleções assinadas à redes de supermercados e lojas de departamento chega a um segmento (vulgo "povão") que a moda elitista normalmente jamais acalçaria.
Basta lembrar, qual o perfil de consumidor que paga mais de R$ 1000 em uma calça jeans na Oscar Freire, em São Paulo, e comparar com a grande massa que paga no máximo R$ 100 em uma peça similar em um loja de departamento. Diante disso, é fácil perceber que a chamada democratização da moda segue as regras ditadas pelo mercado e não a paixão idealista de estilistas de levar sua marcar para os menos abastados.
E seria essa tendência algo ruim? Claro que não! Eu, particularmente, acho ótimo poder comprar uma camiseta descolada no supermercado, a preços populares. Faço parte do grupo que não paga mais de R$ 100 numa calça jeans. Alías, é possível se vestir bem pagando pouco.
Me recordo que há alguns anos, a Revista da Folha convidou dois ou três estilistas, entre eles o Alexandre Herchcovitch, para montar um look com R$ 150. Sabe o que todos eles fizeram? Correram para lojas populares, departamentos e supermercados. Resultado; um look bacana e barato.
E para ser bem sincero, para se vestir bem basta ter bom gosto, bom censo e, o mais importante, se vestir da maneira que você se sente melhor, seja de jeans, camisera branca e tênis ou uma jaqueta de swarovski (parece exagero, mas há quem use).
E viva a moda (cada um com seu estilo)!


Silas Macedo

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Prova de amor

Entre as diversas perguntas que rondam o tema amor, provar a existência dele é algo utópico, já que o amor é individual e subjetivo. Mas quem nunca se questionou durante um relacionamento; será que ele (a) me ama, será que eu realmente o (a) amo, como saber o tamanho desse amor, ele é real?

Como responder de forma cartesiana a um tema tão subjetivo e amplo?
Responder essa equação de forma exata é algo impossível. Penso que o amor é a somatória de diversos fatores, ações e situações do cotidiano, resultando em algo não cartesiano e tangível.


Ouço frequentemente as pessoas se queixarem por estar sozinhas, por não encontrarem um amor, encontrar e deixá-lo passar, perdido um, ou ter se decepcionado com um relacionamento. Porém, questiono se todos os reclamantes têm verdadeira consciência sobre o que consiste o amor.

Seria algo romantizado como no cinema, trágico como na literatura, impossível como no teatro, incondicional como nas religiões, idealizado por sonhadores, platônico segundo a crença de alguns? Respondida essa primeira pergunta, surgem outras: E como viver esse amor? Como perpetuá-lo? Como não deixar que a construção sucumba à primeira tempestade?

Constato que a melhor forma de responder a essas perguntas é por meio do exemplo de casais que conseguiram sobressair às estatísticas de divórcio e separação para viver um amor verdadeiro e duradouro.


O primeiro exemplo que me vem à memória é um casal de idosos de Guarulhos que vive há 82 anos juntos (a costureira Otacília Gomes de Oliveira, 102 anos, e o lavrador aposentado José Francisco dos Santos, 106). Tive a oportunidade de entrevistá-los para a edição especial do jornal Folha Metropolitana publicada no aniversário de Guarulhos.

Diante do casal apontado como o mais velho juntos atualmente no planeta, questionei o segredo de uma relação tão duradoura. Ele respondeu prontamente; “amor, paciência e nada de ciúme”, seguido de uma gargalhada.

O segundo exemplo é a história de um casal argentino que ganhou notoriedade mundial após ter a rotina registrada pelo fotógrafo argentino Alejandro Kirchuk, 24 anos, neto do casal. Kirchuk decidiu fotografar os avós maternos, ao descobrir que a avó travava uma batalha contra o Alzheimer.


Os cliques mostram o resultado da equação, o amor incondicional. O dia a dia de uma pessoa que se dedica, cuida e ama alguém que não mais recorda a própria trajetória de vida e ainda desconhece seu cuidador.

Há quem questione esse amor, afinal os dois já estão velhos, a cada dia mais próximos da morte, e só resta um ao outro. Mas não seria essa realidade o resultado de uma vida construída no amor, com seus altos e baixos, plena em todas as fases desde a paixão, casamento, filhos e velhice?


É fato que o amor sempre foi e será uma equação impossível de resolver de forma cartesiana. Porém, acredito, que o tal amor dá indícios de sua existência por meio da história de casais como os citados neste texto. Mostrando que o chamado impossível pode ser concretizado e vivido por aqueles que têm disposição (referência ao post – Amor sinônimo de disposição).


Silas Macedo

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Purificação pela emoção

A palavra catarse tem origem do grego – kátharsis – que significa purificação, sendo aplicada em diversos contextos, como as artes, medicina ou psicanálise.
Segundo o filósofo grego Aristóteles a catarse era a libertação da alma por meio de uma descarga emocional.
Mas, a melhor forma de entender a catarse é por meio do processo empírico, ou seja, na prática.
Quem nunca chorou ao final de um filme? Quem jamais gritou ou chorou durante uma briga? Quem nunca chorou ao perder um ente querido (por mais forte que a pessoa pareça)? Quem jamais chorou ao fim de um relacionamento?
Sentimentos como raiva, angústia e dor, entre outros negativos, podem ficar acumulados no coração, funcionando com uma bomba relógio, pronta para explodir e resultar em doenças psicossomáticas – manifestações físicas de males emocionais. Diante disso, a catarse é apontada como o melhor remédio. Quem nunca ouviu, “chora que passa, chorar faz bem”! E faz mesmo.
A catarse é como uma válvula de escape, um escafandro para respirar quando se está imerso a problemas e turbulências emocionais.
Chorar o fim de um filme, a morte de um parente, o fim de um relacionamento ou uma briga, é algo necessário para que a “panela de pressão” não exploda, mas, principalmente, pela necessidade de transcender o problema e torna-se um ser humano melhor.
Imagine sair do cinema engasgado, sepultar alguém e ficar em silêncio, terminar um relacionamento e fingir que não aconteceu, ou ficar indiferente diante de uma briga. Difícil? Na verdade, algo quase impossível. E nestes casos só há um jeito de transcender, pela dor e pelo expurgo do motivo dessa dor, rompendo com o passado.
Ao chorar ao fim de um filme, é possível assimilar a mensagem da película; ao fim de um relacionamento ou sepultamento compreender a poder entender realmente o fim e a continuidade da vida; e durante uma briga chorar e gritar para não cometer atos de violência e barbárie.
Diante disso, pense, reflita, mas jamais deixe de chorar por algo que te emociona, porque nestes casos as lágrimas libertam. E após gritar, chorar e esbravejar, será possível acordar com a alma limpa e leve, pronta para encarar e viver um novo dia.
Silas Macedo

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Relações inquebrantáveis

Esses dias tenho refletido sobre as relações que estabelecemos na vida, observando a grande quantidade de pessoas que passam por nossas vidas. Basta olha para trás e buscar na memória desde o primeiro dia de existência até o presente momento e, por meio de flash, relembrar rostos, personalidades e vozes que deixaram suas marcas sobre nossas vidas, como cores estampadas em um quadro branco, no início alvo e a cada pincelada (pessoa) uma cor deixada para ajudar na composição da obra.

Tantas pessoas...

Diante desse mar de gente, como identificar aquelas que verdadeiramente serão perpetuadas? Como saber se a nova amizade ou amor resistirá ao tempo e se fortificará? Como saber quais as tintas que realmente serão impressas nesta tela? Quais serão apenas como uma aquarela que se apaga com o tempo?

Resposta simples, o tempo. Sim, ele se encarrega de demonstrar quais serão as relações inquebrantáveis, duradouras, e capazes de não sucumbir diante da sabedoria do deus Cronos – o senhor do tempo.

Foi com o tempo que pude perceber em meio a tantas pessoas que passaram por minha vida, quais vieram para ficar, imprimindo suas cores de forma tão forte. Mas, por que as pessoas que um dia acreditamos que estariam eternamente próximas, um dia somem e passam a ser uma leve lembrança, quase esquecida, tão apagada como um quadro velho de aquarela?

Seriam relações insignificantes? Qual a importância dessas pessoas? Foram relações reais ou superficiais? Na verdade, penso que todas as pessoas que passam por nossas vidas têm uma real importância naquele momento, imprimindo suas cores em maior ou menor escala, e contribuindo para nossa formação, crescimento e evolução, e para o resultado final do quadro da vida.

Aquelas que perdemos o contato foram importantes naquele momento, já as que estão conosco ou até mesmo ficam temporariamente longe e voltam de tempos em tempos, a vida mostra que foram perpetuadas. E por que motivo? Pela afinidade e sintonia capaz de criar laços inquebrantáveis. Algo comprovado por meio da Lei da Sincronicidade, conceito criado pelo psicólogo suíço Carl Gustav Jung (1875 – 1961).

Quem nunca ficou muito tempo longe de um amigo ou pessoa amada e diante de um reencontro a sintonia permanece a mesma, dando a sensação de que encontramos a pessoa ontem.

Ou ainda quando rompemos um relacionamento (amizade ou amoroso) e passados alguns dias ao reencontrar a pessoa, temos a sensação de estar diante de um total desconhecido ou alguém sem nenhuma afinidade ou importância.

Situações como essas demonstram quais as amores e amizades nós levaremos no peito para o resto de nossas vidas, sem nenhuma crueldade ou maniqueísmo, apenas sentimento real.

Diante disso, almejo absorver o melhor de cada pessoa, contribuindo para o meu crescimento pessoal e evolução individual, e também contribuindo com elas, guardando comigo as joias reveladas pela perpetuação das relações.

Silas Macedo

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Entre o céu e o inferno

Certa vez, quando pequeno, ouvi em uma aula de orientação religiosa uma parábola chinesa que explicava a diferença entre o céu e o inferno. A história contava que um homem foi escolhido por Deus para conhecer o paraíso e o umbral para poder ensinar a humanidade como agir diante da vida para alcançar a plenitude do céu ou o caos do inferno.

Ao chegar ao inferno, o homem avistou outros homens com logos hashis – varetas utilizadas como talheres em países do extremo Oriente, tais como; China, Japão e Coréia – em torno de um grande monte de arroz.

Em princípio, o homem não entendeu como aquele lugar era chamado de inferno, porque lá havia alimento abundante para todos que lá estavam. Aos poucos, ele percebeu que os homens se aglomeravam em volta do monte de arroz para tentar saciar a fome, mas não conseguiam levar o alimento a boca por causa dos hashis gigantes.

O visitante dos mundos espirituais percebeu que a fome daqueles homens era crescente. Gradativamente, a necessidade de comer aumentava e também o desespero por alimento, situação esta que os remetia ao desequilíbrio, impaciência, raiva e violência.

Na sequência o visitante foi levado ao céu. Ao chegar ao paraíso, ele foi surpreendido ao deparar-se com a mesma cena, homens em posse de grandes hashis em torno de um monte de arroz. Sem entender a diferença, ele questionou a Deus sobre o que diferenciava os dois lugares.

Deus respondeu: Apenas observe.

Diferentes daqueles que estavam no inferno, os homens do céu não se amontoavam e nem brigavam pelo monte de arroz. Na verdade, eles se distanciavam do arroz, e com tranquilidade pegavam o alimento com os longos hashis e o levavam a boca da pessoa mais próxima. De forma que todos que estavam em torno do arroz, em uma grande roda, podiam se alimentar por meio da benevolência, altruísmo e a prática da caridade.

Naquele momento, o visitante dos mundos espirituais entendeu a diferença entre o céu e o inferno. Ao retornar ao mundo, ele propagou o que aprendeu. Porém, nem todos ouviram ou entenderam o relato, pois também se digladiavam na Terra por um monte de arroz.

Ao relembrar dessa parábola, refleti sobre as atitudes que nos remetem ao céu e ao inferno. Diante disso, penso que em vida, ou mesmo após o desencarne (morte), temos a possibilidade de escolher viver o paraíso ou o caos, como resultado de nossos pensamentos e ações. Afinal, afirmam os antigos, que o céu e o inferno estão dentro de nós, em nossos corações, e para ser feliz basta escolher como se portar perante a vida.

Silas Macedo