terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Gay é Legal

O que você acha dos gays? Esse é o ponto de partida para uma breve reflexão sobre como a sociedade moderna vê e se comporta diante da homossexualidade. Em geral, as respostas a essa pergunta são; "não tenho preconceito, eles lá e eu cá", "se eles me respeitarem e manterem distância, sem problemas", "eu aceito e gosto dos gays, já lésbicas não dá pra suportar né" - resposta de mulheres heterossexuais, "eu amo ver duas mulheres juntas, me dá tesão" - posicionamento de homens heterossexuais, "sou fã de vários atores e músicos gays", "Adoooro gays! Meu cabeleireiro é, tenho amigos, nenhum problema com isso".

Aparentemente respostas positivas sobre a homossexualidade, supostamente demonstrando respeito e tolerância. Mas a cena muda quando as mesmas pessoas que deram essas respostas são colocadas diante de um casal homossexual nas ruas, em um restaurante ou cinema, em um ambiente profissional, entre outros lugares que qualquer ser humano frequenta livremente.

Surge a indignação; "falta de vergonha na cara e surra", "nojo", "os gays abusam, agora querem demonstrar carinho nas ruas", "não sou obrigado a conviver com eles", "imagina se meus filhos vem essa baixaria", "por que eles não ficam no canto deles".

É engraçado ver como o ser humano insiste em viver mentiras, em meio a hipocrisia, e vidas  perfeitas encenadas, justificadas pela ignorância e incapacidade de ser empático. A ciência atesta que a homossexualidade é uma condição, não escolha ou opção. Tendo como base os depoimentos de diversos homossexuais que afirmam que diante do preconceito e violência, se pudessem escolher, não escolheriam essa condição e sim ser "normal". E a única opção do ser humano, independente de qualquer condição, é ser feliz.

Diante disso, é possível perceber que a homossexualidade não dever ser tratada como uma doença contagiosa, para que a classe LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgenêros) devam viver em guetos isolados da sociedade. E ainda que a repulsa e o preconceito heterossexual estão arraigados em questões culturais, e desejos e questões sexuais mal resolvidas.

E quanto aqueles que adoram gays como cabeleireiros, amigos, etc., a opinião emitida muda quando a realidade está mais próximo, por meio de um filho ou parente gay. É simples aceitar a homossexualidade do filho "viadinho" do vizinho, ter um amigo "baitola" não é problema, mas já aceitar essa condição tão perto é, por vezes, insuportável e desastrosa. 

Sem falar no número crescente de atos de violência, ofensas, e morte causadas por homofobia. Até quando seremos coniventes com essa situação? Por que é mais fácil tolerar atos de violência do que gestos de carinho entre duas pessoas do mesmo sexo?

Penso que para lidarmos e compreendermos as diferenças, quaisquer que sejam elas, devem partir de um exercício empático - se colocar no lugar do outro, desmistificar os próprios tabus, e principalmente, estar abertos para o novo. Ações que, sem dúvida, permitirão o respeito ao próximo. Uma postura que deve ser tomada gradativamente contribuindo para a evolução da humanidade.

E por fim, sugiro uma análise de consciência, quando for necessário emitir a opinião sobre gays e lésbicas, e o real posicionamento diante deles.

Trate o próximo como deseja ser tratado.

Silas Macedo

Um comentário:

  1. Bacana o texto Si. Tenho uma posição à respeito mas não um conceito. Peguei na Wikipédia algo que é mais ou menos meu ponto de vista:
    A condição humana, publicado em 1958, é uma das obras teóricas fundamentais da filosofa alemã Hannah Arendt. É um livro de difícil compreensão, sendo ainda tema de debates acadêmicos acerca das intenções da autora ao escrevê-lo.
    Hannah Arendt faz um relato detalhado da evolução dos contextos da ação e do discurso como formas predominantes da revelação da essência do homem. Partindo da Grécia Antiga até a modernidade da questão proletária, é possível perceber a degradação e a banalização que esses conceitos sofreram no decorrer do tempo e suas conseqüências para a vida do homem moderno, cada vez mais alienado e apolítico.
    A ação é a característica do "Homem" na condição de "Homem", característica esta que tem o poder de fazer com que o ele se integre à esfera pública, de fazer com que ele revele quem ele é e inicie novos processos, ilimitados e potencialmente eternos. O Homem enquanto age deixa de ser escravo das necessidades, deixa para trás o labor e o trabalho, para finalmente ser livre. Agindo o Homem desvincula-se do reino doméstico, o oikos e entra na polis, no espaço político. A própria ação é a liberdade, e por conseqüência só se é livre enquanto se está em espaço público. Com a crescente a politização dos homens têm-se reduzido o espaço público, reduzida a ação, correndo-se o risco de um caminhar À escravidão maior, fazendo com que o animal laborans finalmente predomine por completo sobre o zoon politikon.

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