quarta-feira, 31 de março de 2010

O que é justo?

“Estudantes universitários católicos conservadores saíram em defesa do papa Bento 16 na quarta-feira, tachando de "semeadores de desconfiança" os jornalistas que vêm escrevendo sobre o abuso sexual de crianças por padres.”
Grupo conservador católico Opus Dei:

"A esses semeadores da desconfiança (jornalistas), queremos dizer claramente que não aceitamos sua ideologia. Exigimos deles respeito por nossa fé e reconhecimento do direito que temos de viver como cristãos em uma sociedade plural."

Fonte:
http://noticias.uol.com.br/ultimas-noticias/reuters/2010/03/31/estudantes-catolicos-criticam-midia-por-acusacoes-de-pedofilia.jhtm

Venho na condição de jornalista, esclarecer esse absurdo e dizer que esses jovens se negam a enxergar a verdade.

Os jornalistas não são “semeadores de desconfiança”, nossa função enquanto agentes sociais é a de informar, trazendo à tona absurdos como esses, fatos que ficariam caídos no esquecimento dando margem à impunidade, permitindo que novos casos aconteçam e que mais inocentes sejam prejudicados.

Não há desrespeito da fé alheia, muito pelo contrário, é por respeito aos religiosos que esses absurdos têm que ser discutidos. Sabemos que não são todos os padres que são pedófilos, assim como sabemos também, que representantes de outras religiões podem cometer esse ato insano.

O fato veio à tona e explodiu justamente no Vaticano, na igreja católica, poderia ser em um templo budista, em uma igreja evangélica ou em um centro espírita. A religião não é a questão, e sim, o ato em si, a pedofilia.

A mídia comete muitos erros, porém, o serviço que presta à sociedade é indiscutível. Cada um tem o direito de seguir a religião que desejar, mas é inadmissível que uma autoridade religiosa como o papa Bento 16, “lave as mãos” para esse escândalo, pois, isso sim seria um desrespeito para com os religiosos e a sociedade de forma geral.

O que os “semeadores de desconfiança” querem é apenas que a justiça seja feita, para que mais casos como esse não voltem a acontecer.

Il n'y a pas des arguments contre les faits.
Keyla Santos

sexta-feira, 26 de março de 2010

Viva à impunidade!


A questão é: a impunidade existe e persiste! Até quando seremos obrigados a ver tudo o que acontece com a política brasileira e mundial, o abuso de autoridade dos policiais, a falta de preparo da justiça e a organização dos criminosos? É frustrante saber que o mundo está na mão de mercenários, hipócritas e capitalistas aproveitadores.

No entanto, a sociedade tem que conviver e acostumar-se com essas situações, alguns protestam, outros tiram as roupas e uns não comem, na tentativa de mudar uma realidade que mais parece um pesadelo.

E para nós, meros mortais, resta apenas a esperança de que tudo isso possa mudar um dia, que um milagre aconteça e possamos viver em um mundo justo, de igualdade e amor. Logo, para aliviar a dor, a frustração e a raiva, é necessário que a fé do ser humano seja ativada à potência máxima, é importante canalizar todos esses sentimentos de uma forma positiva, procurar uma referência que não seja tão perversa quanto a figura de políticos, marginais, policiais, entre outros.

Qual seria essa figura? Quem representa a manifestação da fé da maioria da população mundial? Onde está esse ícone? Por acaso seria o Papa? No Vaticano? Sim! Eis a resposta! Uma figura que deveria, sim DEVERIA, inspirar confiança e esperança para todos, não passa de mais um, mais um que faz vistas grossas às situações que deveriam ser discutidas e punidas, como por exemplo, a pedofilia.

Os escândalos de abuso sexual envolvendo a igreja Católica estão ficando a cada dia mais explícitos e vergonhosos, e o pior é que o representante máximo dessa instituição compactuou com episódios anteriores de pedofilia e para amenizar a situação, apenas transferiu os pedófilos de uma igreja para outra, ou seja, não resolveu o problema, não puniu, apenas disseminou o crime, deixando as vítimas jogadas à própria sorte, como se tivessem cometido um pecado, o de confiar em quem não é digno de confiança, em traidores, esses são os verdadeiros “Judas” da atualidade, eles traem, mentem e abusam de crianças... Bando de vermes!

E o Bento, vai continuar pedindo desculpas, administrando a crise de sua “empresa”, e enquanto isso, os culpados saem impunes e com um pouco de sorte, continuarão a atuar em seus cargos... Cargos esses que são de extrema importância, pois, segundo acreditam, trata-se da ligação direta com o Divino. Mas a verdade nós sabemos, não passam de lobos na pele de cordeiros. São esses que, infelizmente, representam a fé de uma população necessitada de esperança... É patético!

Keyla Santos

segunda-feira, 15 de março de 2010

Fragmentos de um desabafo

Nossa rotina é meio louca! De repente, surge um trabalho relâmpago que tem que ser desenvolvido de uma hora para outra. O cliente tem pressa e não podemos perder tempo. Então começa a correria, as matérias têm que ser desenvolvidas quase que de forma mediúnica.

Começa o processo de pesquisa, tentativas de entrevistas de última hora, muitas vezes frustradas, entre outros pequenos detalhes. A adrenalina vai a mil e o cérebro passa a trabalhar em produção total, até que toda a tarefa seja concebida.

Depois de quase todos os cabelos arrancados, de todas as unhas roídas e das famigeradas marcas de guerra (entenda como olheiras), o material está pronto e preparado para a publicação. Passado todo esse processo, as matérias estão finalizadas, revisadas e liberadas para diagramação. No entanto, o cliente vende mais anúncios do que o esperado e algumas matérias “caem”, sim, a matéria “cai”. Isso significa que caiu fora da publicação, a revista precisa de mais espaço e é óbvio que o conteúdo editorial terá que ser sacrificado.

Afinal, para quê serve o conteúdo editorial? Para quê servem as informações, a não ser para preencher o vazio da falta de anúncios? Na verdade isso não importa. O fundamental é alimentar a fome insaciável do capitalismo selvagem e do consumismo exacerbado.

É essencial alimentar o monstro da futilidade, para manter todos em seus devidos lugares, ou seja, a classe menos favorecida e os que não possuem os estereótipos necessários para fazer parte desse universo de egoístas e superficiais devem permanecer à margem da sociedade.

Será que é certo marginalizar, negros, pessoas acima do peso, pobres, deficientes, entre outros, em nome da manutenção de uma indústria de frascos bonitos, porém vazios? Será que é isso que o ser humano, enquanto animal racional representa? O que é realmente importante para esse bando de hipócritas que fazem parte da sociedade mundial?

Enfim... trata-se apenas de um grito, um desabafo, que talvez não tenha resposta. É apenas uma utopia revelada, nada mais...



Keyla Santos

domingo, 14 de março de 2010

7º Arte: Dublê de Anjo


Eu curto cinema, me considero um "amante-aprendiz" da sétima arte e, por isso, sempre que posso vou as grandes salas e as, quase extintas, vídeo locadoras, garimpar bons filmes.

E foi nessas garimpagens, que encontrei nas prateleiras de uma locadora, o filme "Dublê de Anjo". Admito que a capa com imagens surreais me chamou a atenção - não que isso seja atestado de um bom filme, pelo contrário. Enfim...

Li a sinopse e decidi vou levar. Ao chegar em casa e assistir a película, me deparei com um filme belíssimo, singelo e surreal.

O filme foi lançado direto em DVD em março de 2009, dirigido Tarsem Singh, diretor do premiado “A Cela”, e trouxe no elenco; Lee Pace, Catinca Untaru, Justine Waddell, Daniel Caltagirone, com boas interpretações.

Curiosidade: Dublê de Anjo teve locações no Brasil.

Diante de um filme tão belo, resolvi indicá-lo aqui no Palanque. Afinal, o que é bom tem que ser divulgado e compartilhado.

Bom filme!

Silas Macedo

sexta-feira, 12 de março de 2010

Conselho: James Dean

"Sonhe como se fosse viver para sempre. Viva como se fosse morrer hoje."

James Dean

Ser jornalista é...

Minha experiência como jornalista não é tão factual, ou seja, não cubro os fatos instantâneos, trabalho em uma agência de comunicação, na qual são desenvolvidos tablóides, encartes promocionais, sites, peças publicitárias e revistas para os segmentos odontológico, hospitalar e varejo farmacêutico. Desenvolvo o conteúdo editorial das revistas, minhas fontes são médicos, dentistas e especialistas que trabalham diretamente na área da saúde.

Até o momento, não tive a oportunidade de lidar com experiências “de rua”, fatalidades ou um contato direto com a população em geral. A minha prática jornalística é mais “leve”, porém, não menos importante.

Acredito que com o trabalho que desenvolvo, consigo atender aos anseios dos leitores que, muitas vezes, não esperam por determinada informação, mas que de certa forma agrega positivamente ao cotidiano, e aos que entram em contato e sugerem um tema de seu interesse.

E assim, como em cada trabalho, enfrento os obstáculos que surgem na tentativa de conseguir uma entrevista com um especialista conceituado, com as exigências dos clientes, luto contra a falta de tempo e os dead lines cada vez mais apertados.

Enfim, a redação de uma revista é um ambiente tranquilo para trabalhar, porém, nada supera o fato de ter o contato com o factual, com o que está acontecendo “aqui e agora”. Acredito que essa fase pela qual estou passando é apenas um degrau que tenho que calçar para fornecer um excelente alicerce para o que está por vir.

Ser jornalista é algo muito gratificante, independente do veículo, pois somos agentes sociais, temos o dever de transmitir informações para a população, somos prestadores de serviço e essa é uma função fundamental na atualidade.
Viva o jornalismo consciente e responsável!!!

Keyla Santos

quinta-feira, 11 de março de 2010

A morte...

É como essa imagem, forte e emocional, registrada pelos olhos atentos e sensíveis do fotógrafo, Diego Calvo, que começo meu relato sobre mais uma experiência na área jornalística e, sobretudo, uma vivência humana.

Eu sou repórter de rua, trabalho em um jornal impresso, há mais de um mês. Nesse período, tenho visitado lugares, conhecido pessoas e me transportado para mundos desconhecidos, ou melhor, até agora ignorados.

Em especial, nesta última segunda-feira, estava cobrindo uma pauta sobre problemas com contas de luz e abastecimento de energia elétrica, quando fomos - eu e o Diego - acionados a cobrir um atropelamento, na Avenida Presidente Humberto de Alencar Castelo Branco, conhecida popularmente em Guarulhos como Anel Viário.

Quando chegamos, encontramos no local a amiga e jornalista, Juliana Carneiro e, a fotógrafa, Wendy Vatanabe, que também faziam a cobertura do caso. Diante da situação, procedimento padrão - verificar testemunhas, coletar informações com a polícia e profissionais do SAMU e obter dados da vítima.

A vítima era um senhor de 72 anos, aposentado, pai e avô, que trabalhava com a coleta de material reciclado nas ruas da cidade. Ele foi atropelado por um carro em alta velocidade, guiado por um motorista inconsequente que não prestou socorro.

É necessário ressaltar, que está foi a primeira vez que cobri esse tipo de situação. Admito que lidar com a morte, brutal e inesperada, mesmo de um estranho, é algo difícil.

Observei a cena e meditei sobre o fato, enquanto o fotógrafo registrava as imagens. Ao longe, vi duas jovens chorando copiosamente. Minutos depois, chega um táxi, e dele desembarcam a esposa e a filha vítima. Sem dúvida, a primeira vez que acompanho o desespero e a incapacidade humana diante da morte.

A mulher - registrada na foto acima - ficou desesperada ao reconhecer o marido deitado na rua, coberto por um tipo de papel alumínio.

Quanto a mim, me emocionei, não pude conter as lágrimas. Fui tomado por uma vontade imensa de acalentar e apaziguar a dor daquelas pessoas. Mas, percebi minha falta de força naquele momento. Cheguei a conclusão que naquele momento, poderia apenas, rezar sem silêncio por eles.

Minha amiga, uma jornalista sensível e mais experiente, percebeu a situação e pediu para que eu fosse embora. Fiquei impressionado com a cena. No caminho, ainda podia ouvir os ecos do grito de alguém que chamada desesperadamente pelo nome do companheiro.

Refletindo, percebi que tenho que criar certo "distanciamento" da situação, porque, caso contrário, isso pode me abater todas às vezes. Em contrapartida, sei que jamais poderei deixar apagar em meu peito a chama da humanidade, que me impede de cair na indiferença e falar que era apenas mais um.

Para fechar o aprendizado, no decorrer da semana, a matéria realizada pela Juliana Carneiro teve grande repercussão. A polícia local engajou-se de encontrar o culpado pelo crime e, por meio da matéria desta grande jornalista, o caso foi solucionado.

Enfim... Nada justifica a morte daquele homem. Mas, sem dúvida, ver o caso solucionado por meio do trabalho jornalístico é extremamente inspirador e gratificante.

Silas Macedo

segunda-feira, 8 de março de 2010

Novos caminhos para o Palanque de Ideias

O Palanque de Ideias é um espaço aberto para discussão de ideias, como o nome sugere, e foi criado, em princípio, por dois estudantes de jornalismo, amantes da vida e cheios de vontade de mudar o mundo. Mas, escrever continuamente é uma tarefa difícil, ainda mais nessa profissão.

Nós percebemos nos últimos meses que o tempo nos persegue, correndo, derrubando tudo. Ele passa rápido e, quando percebemos, não deu tempo de fazer ou expressar tudo que almejavamos.

Enfim... Ontem a noite, eu e Keyla nos encontramos e decidimos ampliar o perfil do Palanque, adequando os textos às nossas vivências. De forma, que possamos complartilhar nossa aprendizado e também cumprir com o papel deste intrumento de comunicação - o blog.

Para começar, como uma pequena restrospectiva e, de forma metafórica, vou falar sobre os últimos meses. Os "Super Gêmeos" (eu e Keyla) integravamos a "Liga da Justiça"(universidade)junto com outros talentos. Mas, após o fim do treinamento, fomos lançados nos campos de batalha para mostrar nossos dons, de forma a aprimorá-los e crescer.

Zan e Jana estão separados fisicamente, mas, sem dúvida, atuando juntos e prontos para aprender. E é justamente esses aprendizados que serão compartilhados aqui. Lições e vivências divididas, um registro de nosso caminho que nos proporcionará ao olhar para trás uma referência.

E viva a nova fase! Que venham os monstros e vilões! Prontos para enfrentar dois Super Heróis, repletos de amor e vontade de fazer a diferença!

Silas Macedo e Keyla Santos