quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Exercício da Gratidão

Esses dias tenho refletido sobre o poder da gratidão. Fiquei pensando como esse sentimento pode funcionar como mola propulsora para a vida. Partindo do princípio deste questionamento, o que é a gratidão? Resposta rápida, é a sensação de retribuição para algo bom que nos foi concedido. Uma sensação que não deve ser confundida com dívida, porque certamente se tornará algo pesado, cansativo e dolorido. Na verdade, ela é leve e livre de cobranças.

Penso que a gratidão é um sentimento que deve ser compreendido e praticado. Ao entender que a vida e, tudo que ela nos proporciona - incluindo altos e baixos, erros e acertos, dores e prazeres - é um presente do universo, tudo fica mais fácil. E, como uma pedra lançada em um lago inerte que provoca ondas que se espalham, atingindo, e movimentando tudo em volta, a gratidão abre portas para outros sentimentos positivos.

O ser humano é energia, vibração, e como ondas de rádio podem ser sintonizadas, fazendo com que tudo e todos que estejam na mesma frequência se aproximem. Fato que o meio influencia diretamente o ambiente e vice-versa, questão já comprovada pela filosofia e diversos segmentos da ciência. Pensando nisso, imagine que somos feitos de matéria leve, quase tão sútil quanto o éter, sendo assim, se estivermos ligados a uma âncora ficaremos inertes e predispostos a ser depósito de lodo. Já ligados a um balão é possível alcançar o céu e navegar por novos horizontes.

Penso que é essencial para a vida, perceber que ela é um dom único dado por Deus. Ter a chance de estar na Terra, independente da condição, é um presente maravilhoso, uma oportunidade para vislumbrar as belezas do mundo (basta olhar atentamente) e, essencialmente, para aprender, evoluir e se tornar um ser humano melhor.

A gratidão permite a humanidade ver o mundo por uma ótica melhor. Por isso, ao acordar, respire fundo e gradativamente perceba seu corpo, cada fibra, o dom da visão - infinitas matizes de cor, audição - inúmeras possibilidades de som, olfação - o ar entrando nos pulmões, gustação - diversos paladares, e tato - permitindo a experiência única do toque, e perceba como a vida é grandiosa, devendo ser usufruída e zelada.

Agradeça a Deus, a todas as pessoas que contribuíram com sua caminhada terrestre, os aprendizados, e tudo o que a vida proporciona. A gratidão é uma via de mão dupla, fazendo bem para quem emite e quem recebe o agradecimento. Funcionando como um grande espelho para o mundo, confirmando o dito popular "sorria para o mundo, que ele sorrirá pra você".

Ressalto que o exercício da gratidão não é fácil, em meio aos dias difíceis, mas sem dúvida trarão bons resultados quando praticados ao longo da vida.

Abra a mente e o coração para essa energia. Conecte-se com o que é bom.

Silas Macedo

Texto dedicado aos meus pais - Jalmir Rodrigues e Salete Macedo.

terça-feira, 4 de dezembro de 2012

Gay é Legal

O que você acha dos gays? Esse é o ponto de partida para uma breve reflexão sobre como a sociedade moderna vê e se comporta diante da homossexualidade. Em geral, as respostas a essa pergunta são; "não tenho preconceito, eles lá e eu cá", "se eles me respeitarem e manterem distância, sem problemas", "eu aceito e gosto dos gays, já lésbicas não dá pra suportar né" - resposta de mulheres heterossexuais, "eu amo ver duas mulheres juntas, me dá tesão" - posicionamento de homens heterossexuais, "sou fã de vários atores e músicos gays", "Adoooro gays! Meu cabeleireiro é, tenho amigos, nenhum problema com isso".

Aparentemente respostas positivas sobre a homossexualidade, supostamente demonstrando respeito e tolerância. Mas a cena muda quando as mesmas pessoas que deram essas respostas são colocadas diante de um casal homossexual nas ruas, em um restaurante ou cinema, em um ambiente profissional, entre outros lugares que qualquer ser humano frequenta livremente.

Surge a indignação; "falta de vergonha na cara e surra", "nojo", "os gays abusam, agora querem demonstrar carinho nas ruas", "não sou obrigado a conviver com eles", "imagina se meus filhos vem essa baixaria", "por que eles não ficam no canto deles".

É engraçado ver como o ser humano insiste em viver mentiras, em meio a hipocrisia, e vidas  perfeitas encenadas, justificadas pela ignorância e incapacidade de ser empático. A ciência atesta que a homossexualidade é uma condição, não escolha ou opção. Tendo como base os depoimentos de diversos homossexuais que afirmam que diante do preconceito e violência, se pudessem escolher, não escolheriam essa condição e sim ser "normal". E a única opção do ser humano, independente de qualquer condição, é ser feliz.

Diante disso, é possível perceber que a homossexualidade não dever ser tratada como uma doença contagiosa, para que a classe LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transgenêros) devam viver em guetos isolados da sociedade. E ainda que a repulsa e o preconceito heterossexual estão arraigados em questões culturais, e desejos e questões sexuais mal resolvidas.

E quanto aqueles que adoram gays como cabeleireiros, amigos, etc., a opinião emitida muda quando a realidade está mais próximo, por meio de um filho ou parente gay. É simples aceitar a homossexualidade do filho "viadinho" do vizinho, ter um amigo "baitola" não é problema, mas já aceitar essa condição tão perto é, por vezes, insuportável e desastrosa. 

Sem falar no número crescente de atos de violência, ofensas, e morte causadas por homofobia. Até quando seremos coniventes com essa situação? Por que é mais fácil tolerar atos de violência do que gestos de carinho entre duas pessoas do mesmo sexo?

Penso que para lidarmos e compreendermos as diferenças, quaisquer que sejam elas, devem partir de um exercício empático - se colocar no lugar do outro, desmistificar os próprios tabus, e principalmente, estar abertos para o novo. Ações que, sem dúvida, permitirão o respeito ao próximo. Uma postura que deve ser tomada gradativamente contribuindo para a evolução da humanidade.

E por fim, sugiro uma análise de consciência, quando for necessário emitir a opinião sobre gays e lésbicas, e o real posicionamento diante deles.

Trate o próximo como deseja ser tratado.

Silas Macedo