segunda-feira, 12 de março de 2012

Rumo a novos mares

Estive pensando sobre a necessidade em recolher a âncora, levantar as velas e navegar rumo a outros mares e buscar novos horizontes.
Nos primórdios da humanidade, o homem era nômade, buscando abrigo e alimento em um novo lugar a cada dia. A evolução proporcionou o desenvolvimento das primeiras técnicas da agricultura, o domínio do fogo e a construção de lugares fixos para morar, fazendo com que o homem optasse em criar raízes - uma condição somada a diversos fatores históricos e comportamentais que decidi não citar neste texto devido a sua complexidade.
O tempo passou, as sociedades cresceram, o mundo mudou, mas a ânsia de ampliar os horizontes é inerente ao ser humano. Um sentimento que amplifica o estado de espírito do ser humano. É claro que não é possível afirmar isso de forma tão maniqueísta, afinal há pessoas que necessitam se arriscar em busca do "mundo novo", e aqueles que preferem a segurança de se estabelecer em um lugar fixo. Fato que, sem dúvida, gera um equilíbrio.
Eu conheço pessoas que detestam surpresas, administrando suas vidas de forma a manter ao máximo as situações cotidianas nos trilhos; e outras que têm uma necessidade constante de ampliar os horizontes. Grupo este, que admito, eu faço parte.
Recentemente, tive a oportunidade, de viver em uma nova cidade, não muito distante da minha terra natal, porém capaz de proporcionar condições para que eu pudesse conhecer novas pessoas, vislumbrar paisagens, saborear paladares diferentes, e sem dúvida, resgatar minha essência "nômade". Percebi que não ter rotina, é algo que alimenta minha alma.
Colocar a mochila nas costas, instalar-se temporariamente em um lugar, desvendar e conhecer os detalhes de ruas novas, desfrutar de bom papos e sorrisos até então desconhecidos, é uma experiência que não pode ser mensurada ou precificada.
E quando é a hora de dizer até breve? Quando saber se é chegada a hora de arrumar as malas, ganhar estrada ou levantar velas rumo a mares nunca antes navegados? Creio que a resposta é; quando a alma anseia por mais, demonstrando fome de conhecimento e liberdade. E ao partir, o ideal é levar no peito e nas memórias o melhor de cada lugar, o aprendizado adquirido com cada pessoa, e seguir. Ao olhar para trás, surge um saudosismo gostoso, com sabor de "um dia eu volto" ou não (quase uma afirmação de Caetano Veloso).
Cada pousada, cada porto, cada cidade, uma semente lançada, uma amizade plantada, a certeza de um porto seguro, e acima de tudo, tesouros adquiridos levados na alma para o resto da vida, ou quem sabe, como diriam alguns, para a eternidade.
Rumo a novos horizontes! Sem amarras, correntes ou âncoras...


Silas Macedo

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