domingo, 12 de agosto de 2012

Via de mão dupla

Recentemente ouvi de um amigo: "Você sumiu! Tenho sentido sua falta na minha vida." Na hora respondi que estava trabalhando demais, mas que em breve nos encontraríamos. O questionamento me fez refletir sobre a importância da reciprocidade nas relações, sejam elas, familiares, profissionais, amorosas ou amizade. 

É fato que a agitação do dia a dia por vezes nos faz "esquecer" de dedicar a devida atenção para as pessoas que queremos bem. Quantas vezes a corrida contra o relógio, somada a milhares de tarefas cotidianas, nos faz esquecer o aniversário de um amigo, um compromisso agendado há dias, ou mesmo mandar uma mensagem ou fazer uma ligação para quem amamos. 

Penso que não há culpados nas relações negligenciadas, creio que haja apenas pessoas desatentas que não se policiam. Afinal, será que é impossível dispor de um minuto para fazer, por exemplo, uma ligação? Quantas vezes fazer uma chamada apenas para desejar "bom dia" ou saber como a pessoa está, pode mudar o dia de uma pessoa, ou ainda no caminho inverso, salvar o nosso. 

As relações, como quase tudo na vida, necessitam de cuidado e atenção, caso contrário, perdem a força e morre. A chamada regra de ouro - trate o próximo como deseja ser tratado - deve ser aplicada a todos os tipos de relacionamentos. No trabalho com respeito e responsabilidade, nas amizades para que elas se fortaleçam na verdade, na família compreendendo e respeitando as individualidades, e na atividade diária de fortalecimento e reconquista do amor.

E como em uma via de mão dupla, é necessário que haja fluxo de ida e volta (a tal reciprocidade). É neste fluxo que é possível perceber se tudo o que se devota é recebido com respeito e gratidão, e principalmente, se tem devolução. Nós humanos somos benevolentes e também egoístas, por isso, temos a necessidade de receber de volta o que doamos, por mais que uma pessoa seja altruísta, a devolutiva serve como termômetro nas relações. 

Basta pensar, ninguém liga para alguém que não faz questão de receber aquela ligação, um exemplo, entre tantas situações.

Diante disso, penso que a meta é seguir nesta via de mão dupla, de forma que possamos amar e em troca amados ser.

Silas Macedo



Um comentário:

  1. Caminho numa estrada
    Numa mão, o conhecido
    Na outra, país estrangeiro
    Em uma reconheço tudo
    sinais, placas, fluxo
    Na outra, desconheço
    Nesta via de mão dupla
    Sigo indo
    ora indo, ora levado
    Um pouco aprendo, um pouco sou ensinado
    Não posso dizer que sim,
    também não posso dizer que não.

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