quarta-feira, 18 de abril de 2012

Beijo roubado

Esses dias tenho refletido sobre a importância do beijo na vida do ser humano, e os seus significados durante a existência de uma pessoa, desde a infância até a morte. Penso que o beijo é visto pelas crianças como algo ingênuo, bobo e sinônimo de carinho. Basta lembrar pais que beijam seus bebês como gesto pleno de afeto.
O tempo passa, e no final da infância, a maioria das crianças veem o beijo como algo nojento e repulsivo. Meninos e meninas não entendem o que passa na cabeça dos adultos."Eca! Como as pessoas podem se beijar?" ou "Credo! Tenho nojo da baba dos outros!", são algumas das frases que ouvi de crianças. 
Foto captada por Robert Doisneau em Paris (1950)

Logo vem a adolescência, o turbilhão de hormônios e desejos, o primeiro beijo, por vezes prematuro, outras tardio entre os adolescentes. Lábios que se tocam, troca de fluídos e toque das línguas.

Começa então a temporada de caça aos beijos, no colégio, na balada, nas festas... Sempre bom e com gosto de quero mais!

Porém, o beijo se revela como a porta para as paixões. E logo surgem beijos mais quentes e íntimos, cruzados com discussões, lágrimas, novos beijos e novas paixões.

Vivências típicas da adolescência, e também do início da fase adulta. Um ciclo efêmero que se repete até o encontro do primeiro ou verdadeiro amor.

Longe da cena romantizada do beijo do príncipe encantado na princesa, ou ainda, do rapaz que encontra a mulher perfeita, o beijo do verdadeiro amor pode ser reconhecido inicialmente pela sensação de "borboletas na barriga", e com o tempo se confirmar por meio da perpetuação da intimidade e carinho. Dizem ainda que o beijo esfria e muda com o casamento. Porém, creio que tudo muda com o tempo, podendo ser perdido ou melhorado, basta dedicar-se - creio eu.

Hoje, vejo o beijo como uma troca, algo íntimo, único e verdadeiro - longe de ser efêmero. Algo que não pode ser desperdiçado, apenas compartilhado. Algo que espero ser perpetuado com alguém que eu realmente ame. Alguns dirão que sou romântico demais, e na verdade sou mesmo. Almejo compartilhar beijos verdadeiros até o final da minha vida, passando pelo adeus da morte, e, quem sabe, um reencontro na eternidade.

Sei que o beijo mudará até o final de minha vida, mas a forma de senti-lo espero ser intensa e verdadeira como hoje.

Em resumo, beije sempre que o corpo e a alma pedirem. Roube um beijo sempre que necessário!

Silas Macedo

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