terça-feira, 24 de abril de 2012

About me

Sou ávido e eterno enamorado pela vida

Naturalmente biofílico
Amo o ser humano e me apaixono pelas pessoas

Acredito no amanhã, na revolução do hoje e que a humanidade pode trancender e tocar a face de Deus

Trago a arte e a comunicação como ferramentas que podem fazer vibrar as notas mais finas da alma

Acredito no amor, no sublime, no destino e que todos percorrem o caminho do Orinoco até o mar

Por vezes, me decepciono
sinto as forças da descrença, da violência e da dor

Penso que vamos sucumbir, mas lembro da forças de samsara e dos dons capazes de manifestar o divino, transceder e volitar

Sou idealizador de sonhos, transito entre o céu e a terra

Mais um mortal em busca da vitória sobre o tempo e o esquecimento... 



Silas Macedo

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Beijo roubado

Esses dias tenho refletido sobre a importância do beijo na vida do ser humano, e os seus significados durante a existência de uma pessoa, desde a infância até a morte. Penso que o beijo é visto pelas crianças como algo ingênuo, bobo e sinônimo de carinho. Basta lembrar pais que beijam seus bebês como gesto pleno de afeto.
O tempo passa, e no final da infância, a maioria das crianças veem o beijo como algo nojento e repulsivo. Meninos e meninas não entendem o que passa na cabeça dos adultos."Eca! Como as pessoas podem se beijar?" ou "Credo! Tenho nojo da baba dos outros!", são algumas das frases que ouvi de crianças. 
Foto captada por Robert Doisneau em Paris (1950)

Logo vem a adolescência, o turbilhão de hormônios e desejos, o primeiro beijo, por vezes prematuro, outras tardio entre os adolescentes. Lábios que se tocam, troca de fluídos e toque das línguas.

Começa então a temporada de caça aos beijos, no colégio, na balada, nas festas... Sempre bom e com gosto de quero mais!

Porém, o beijo se revela como a porta para as paixões. E logo surgem beijos mais quentes e íntimos, cruzados com discussões, lágrimas, novos beijos e novas paixões.

Vivências típicas da adolescência, e também do início da fase adulta. Um ciclo efêmero que se repete até o encontro do primeiro ou verdadeiro amor.

Longe da cena romantizada do beijo do príncipe encantado na princesa, ou ainda, do rapaz que encontra a mulher perfeita, o beijo do verdadeiro amor pode ser reconhecido inicialmente pela sensação de "borboletas na barriga", e com o tempo se confirmar por meio da perpetuação da intimidade e carinho. Dizem ainda que o beijo esfria e muda com o casamento. Porém, creio que tudo muda com o tempo, podendo ser perdido ou melhorado, basta dedicar-se - creio eu.

Hoje, vejo o beijo como uma troca, algo íntimo, único e verdadeiro - longe de ser efêmero. Algo que não pode ser desperdiçado, apenas compartilhado. Algo que espero ser perpetuado com alguém que eu realmente ame. Alguns dirão que sou romântico demais, e na verdade sou mesmo. Almejo compartilhar beijos verdadeiros até o final da minha vida, passando pelo adeus da morte, e, quem sabe, um reencontro na eternidade.

Sei que o beijo mudará até o final de minha vida, mas a forma de senti-lo espero ser intensa e verdadeira como hoje.

Em resumo, beije sempre que o corpo e a alma pedirem. Roube um beijo sempre que necessário!

Silas Macedo

domingo, 8 de abril de 2012

Segredos de Dona Martinha

Cheiro de alfazema, manjericão e alecrim
Aroma de roupa lavada no varal
Brisa leve pela janela
Sabor de comida caseira
Sol no quintal
Cochilo no fim de tarde
Coisas de Dona Martinha...
Viagem no tempo
Poesia, vozes e músicas
Conversa íntima e profunda
Pensamento voa
Longe
Além do horizonte
Coisas de Dona Martinha...
Sutileza
Cuidado diário
Delicadeza
Expressados em cada bilhete
Em cada canto
Cada flor
Coisas de Dona Martinha...
Um sorriso
Bom dia, boa tarde e boa noite
Um cafuné
Coisas de Dona Martinha...
Simplicidade

Riso a toa
Gosto de quero mais
Martinha é assim.


Silas Macedo
Texto dedicado as amigas Dalila Pincer e Manuela Rezende, e também a todas as pessoas de alma leve.

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Ciclos

A vida é movimento já diziam os sábios...
É um fluxo contínuo, que segue seu ritmo independente das nossas vontades, concretizando os desígnios do regente do universo.
Nascer e por do sol, as marés, as estações, as luas, os períodos de fertilidade, são exemplos de ciclos perfeitos, trazendo em cada etapa a sabedoria da natureza que, sem pressa, manifesta todas as suas potencialidades, as finaliza, e segue pronta para iniciar um novo tempo sem culpa, apego ou preocupação.
Os homens do passado, que ainda tinha a natureza como referência, eram capazes de ver, por exemplo, nos ciclos do plantio diversas lições para a vida com base na paciência. Há tempo de arar a terra, lançar as sementes, irrigar o solo, acompanhar o desabrochar e o desenvolvimento das mudas, a floração seguido da colheita e, por fim, o preparo para uma nova safra de flores e frutos. É impossível também não lembrar de espécies de animais e pássaros que migram rumo a um novo destino sempre que é necessário iniciar um ciclo.
Diante do que chamo de ritmo natural da vida, vejo os homens atuais correndo freneticamente para multiplicar as horas do dia e poder dar conta de necessidades diversas, desrespeitando o tempo de cada coisa. Por que corremos tanto? Por que é tão difícil para o homem moderno viver o agora, sem lamentar o passado, ou tentar planejar (digo, controlar) o futuro?
Em meio a essa "realidade" frenética, surge um novo desafio, como perceber o término de um ciclo? Como saber a hora de abandonar o passado, velhos hábitos, um relacionamento, um trabalho, e seguir rumos a novos horizontes e vivências? Creio que diante de perguntas como essas, é natural surgir o medo do novo, mas nada que impeça seguir em frente, basta estar conectado a si próprio (corpo, alma e coração).
Nada melhor que exemplos para explicar uma situação, imagine viver em um lugar que não te agrada, seguir com um relacionamento amoroso ou amizade que não mais te faz bem, frequentar uma universidade que o curso não tem haver contigo, trabalhar em um lugar onde não há realização profissional e pessoal. Sem dúvida, situações desagradáveis. Por isso, é fácil perceber quando um ciclo terminou, ao sentir que algo que está fora do lugar, fazendo mal, impedindo o fluxo normal da vida.
A questão principal é ter coragem de dar o primeiro passo, rompendo com o falso conceito de equilíbrio e felicidade ligado a estagnação. Para ser feliz, rico e pleno, só há um jeito: Arrisque-se! Permita que o novo venha, independente do lugar, situação financeira ou idade. É necessário conectar-se com o que é bom para que essa realidade se materialize.
Imagine um rio que tem um fluxo e um caminho a percorrer. Caso você coloque uma barreira, a água ficará empoçada, parada e morta. Porém, se você deixar o rio fluir normalmente, sem medo, sem dúvida, o melhor se manifestará. Permita-se ser regido por uma lei básica, a vida é movimento, e siga rumo a satisfação e a plenitude.
Lembre-se que no percurso do rio haverá corredeiras e leitos tranquilos, um movimento que permitirá o crescimento e a superação para se tornar um ser humano melhor e, principalmente, a capacidade de dar valor aos valiosos momentos de felicidade.
E como diz a letra da cantora new age Enya; deixe o Orinoco fluir, seguindo seu percurso ao encontro do mar.
Let flow!
Silas Macedo