segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Excessos na prevenção quanto a gripe suína

Nos últimos meses temos acompanhado o crescente número de matérias em sites, jornais impressos e programas de televisão abordando a gripe transmitida pelo vírus H1N1 – a popular “gripe suína”. Em um primeiro momento, um susto, uma nova e ameaçadora doença surge no México para colocar em risco a raça humana. Algo tão terrível quanto a pandemia de 1918 – gripe espanhola – como ficou conhecida devido ao grande número de mortos na Espanha, que apareceu em duas ondas diferentes durante o período.

Na primeira fase, em fevereiro de 1918, embora bastante contagiosa, era uma doença branda não causando mais que três dias de febre e mal-estar. Já na segunda, em agosto, tornou-se mortal. Enquanto a primeira onda de gripe atingiu especialmente os Estados Unidos e a Europa, a segunda devastou o mundo inteiro; caíram doentes as populações da Índia, Sudeste Asiático, Japão, China e Américas Central e do Sul.

Após o aparecimento da “gripe suína”, o mundo apreensivo, observava a propagação da doença por diversos países. Logo, a Organização Mundial da Saúde (OMS) interveio informando uma pandemia da nova gripe e que medidas de segurança deveriam ser adotadas para proteger a saúde da população mundial. Aos poucos, fomos acompanhando a propagação da gripe pelo mundo, e ainda, inúmeras mortes.

No Brasil, a Agência Nacional da Vigilância Sanitária (Anvisa) divulgou procedimentos para aeroportos e portos, hospitais e medidas preventivas à população. Mas foi inevitável, o país do carnaval também foi pego pela tal gripe do porco. É fato, a população deve ficar atenta e seguir as precauções. Mas até que ponto o jornalismo e a mídia têm sido eficazes na empreita de contribuir com a saúde pública?

Afinal, o papel do chamado quarto poder é informar, ser imparcial e contribuir (como nesse caso) para o bem-estar e a integridade da população. E jamais dar destaque excessivo a uma notícia, para desfocar e abafar assuntos mais relevantes, como os contínuos escândalos na política brasileira, ou ainda, fabricar notícias na falta delas. Percebo ainda que uma doença nova pode ser bem lucrativa, afinal medicamentos, máscaras e álcool em gel antisséptico para as mãos são necessários e com giro rápido para um população em pânico.

Cheguei a essa pergunta, após observar pessoas andando pelas ruas com máscaras, além de uma situação especial que vivenciei nesta última semana. Fui a uma clínica ortopédica verificar uma dor no joelho, enfim... Quando cheguei ao local, caminhei ao atendente para confirmar minha consulta, ao me ver o rapaz levou um susto e logo cobriu o rosto com uma máscara.

Na hora, achei a situação constrangedora, pensei: Será que estou com cara de doente? E pior... Com cara de gripe suína! Passada a situação, comecei a observar a quantidade de pessoas que estão andando com máscaras pelas ruas. Além de outros exemplos de pessoas que têm desenvolvido um comportamento compulsivo e hipocondríaco em relação à doença. Creio que realmente a prevenção é o melhor caminho para evitar doenças, mas, o bom censo se faz necessário para que não ocorra excessos e situações como as que vivenciei.

Pra fechar, devo lembrar que a gripe do H1N1 merece atenção, mesmo o tratamento sendo tão próximo a gripe comum. Caso haja dúvidas sobre a possibilidade de ter adquirido a doença, procure aconselhamento médico.

E lembre-se: Discernimento e bom censo não têm contra indicação!

Silas Macedo

Um comentário:

  1. Ótimo post Silas!!
    Bom, há algumas coisas polêmicas nesta história... a primeira polêmica é o exagero que há na imprensa em relação a esta nova gripe, tudo bem que estão tratando como uma pandemia, mas não vejo este alarde todo, há doenças muito mais graves e mais constantes que esta gripe. Recentemente teve uma notícia de uma menina que foi aos EUA e voltou morta, de início já falaram na gripe, porém a uns dias atrás soube pelo próprio médico que fez a autópsia (curiosamente ele treina no hotel Marriot em GRU) e foi constatado infecção generalizada, ela foi aos EUA com quadro de pneumonia e agravou por lá resultando em sua morte, dias depois a notícia apareceu no Terra.
    Outra polêmica é em relação ao comportamento da população, se há este alarde todo com esta gripe, nada mais óbvio que as pessoas terem o mínimo de sensibilidade e educação para terem certos cuidados como não tossir na cara dos outros e tb pessoas com quadro semelhantes a da gripe evitarem de sair de casa sem a máscara.. falo isto pois vejo diversas pessoas tossindo e espirrando em público sem ao menos colocar a mão ou a manga da roupa próximo a boca... isto é o mínimo da educação...

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