quarta-feira, 4 de janeiro de 2012

Valor e vivências

Esses dias tive uma vivência que me fez refletir muito sobre minha real postura diante da vida. Qual o real valor das coisas e situações? Se perguntar a alguém sobre o que vale mais, ter um bem material durável ou uma experiência, em geral, as pessoas respondem a vivência. Mas, na prática não funciona assim, penso que somos condicionados a acreditar em valores "palpáveis".
O aprendizado aconteceu em um final de semana em que comprei um tênis novo - não muito caro admito, mas estiloso - e fui a um encontro de amigos em um sábado a noite. Naquela noite, fui surpreendido com um convite para ir a cidade de Paranapiacaba, em São Paulo, junto de outros amigos. No domingo pela manhã nos encontramos e seguimos rumo a cidade turística. Ao chegar no local, um município conhecido pelas neblinas e a forte umidade, fui informado que iriamos fazer uma trilha em meio a mata.
Como assim? Pensei que seria um passeio tranquilo por ruas asfaltadas e não por trilhas barrentas. E o tênis novo? - questionei. Segui com o grupo, inicialmente preocupado em não sujar o calçado e não cair no caminho. No decorrer do processo, me dei conta que deveria fazer uma escolha, supostamente simples, mas que diz muito sobre nós (seres humanos). Deveria continuar me preocupando com o tênis novo ou desfrutar a beleza do local e a companhia dos amigos?
Algo que me remeteu a uma parábola que ouvi quando pequeno que dizia que o grande desafio do homem era vir ao mundo, aproveitar tudo, olhar cada detalhe, sentir cada momento, sem perder o foco de onde veio e para onde quer ir.
Decidi, literalmente atolar o pé na lama, e tirar o melhor daquele momento. Carpe Diem - aproveite o dia em latim. Observei cada paisagem, cada detalhes, buscando registrar na minha mente o melhor daquele momento. O local, as pessoas, cada experiência. Ao final, chegamos a uma cachoeira que nos permitiu lavar a alma e voltar renovamos.
Questiono quantas vezes nos pegamos cometendo ações como esta, no qual se eu tivesse optado em ficar no começo do caminho para poupar o tênis do barro, teria perdido a oportunidade de vivenciar algo tão bom. E depois, cerca de uma semana, me deparei com um tênis desbotado, confeccionado com um material de segunda linha.
Viva intensamente e retire o melhor da vida, pois dela só levamos as memórias, aprendizados e amores verdadeiros.
Silas Macedo


2 comentários:

  1. Super sex and the City esse post.
    Eide Jr.

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  2. vc teve que escolher....como sempre nossas escolhas....é que isso soa como criança tipo meu tênis novo...rs

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