quarta-feira, 1 de junho de 2011

Guarulhenses se aventuram nos coletivos




A situação dos transportes públicos em todo o País pode não ser considerada uma das melhores, mas vou abordar um caso específico que afeta diretamente a mim e aos munícipes guarulhenses. A intenção não é apontar culpados, e sim, buscar uma solução. A chegada do sistema Bilhete Único em Guarulhos pode ser apontada como um benefício às pessoas que precisam se deslocar dentro da cidade, pois permite a utilização de uma única passagem em diversos ônibus municipais no prazo de duas horas. Ponto positivo.

Em contrapartida, junto com o Bilhete Único veio uma proposta diferente para a cidade, a implantação de terminais urbanos em alguns bairros que serviriam como ponto de integração. Ou seja, os micro-ônibus transportam os moradores de bairros mais afastados até o Terminal Urbano e, de lá, o usuário adentra em um ônibus maior que o leva até a região central e/ou adjacências. Teoricamente bonito, já que reduz a circulação de lotações e ônibus nas principais avenidas, diminuindo assim, o fluxo intenso nos horários de pico.

No entanto, vale lembrar que estou falando de Guarulhos, logo, a ideia que parecia perfeita, na prática, é um verdadeiro desastre. Justifico: os Terminais Urbanos não existem literalmente, ou seja, existem sim locais improvisados, sem o mínimo de infraestrutura, sem banheiro, sem cobertura e, muitas vezes, sem policiamento adequado, levando em consideração a localização e a falta de iluminação pública adequada.

Outro ponto significativo é que, “teoricamente”, quando os micros chegassem aos terminais, os outros ônibus estariam disponíveis para transportar os passageiros ao destino final. Na prática, faltam ônibus e, os poucos que executam o serviço andam lotados.

Para os trabalhadores e estudantes que retornam aos bairros após às 23h, conseguir um meio de transporte se torna um verdadeiro jogo de azar. Já que os responsáveis pelos micro-ônibus não têm responsabilidade, não levam a sério o trabalho e decidem voltar para suas casas a partir das 23h. Resultado: passageiros insatisfeitos nos “terminais” e nos pontos.

Os fatos que citei acima são poucos diante das inúmeras irregularidades existentes nesse novo sistema de transporte municipal. No início, foi uma confusão, pois não foi feito investimento adequado em informativos para explicar aos passageiros sobre as mudanças de itinerário das linhas. Os motoristas não sabiam pra onde iam e os passageiros ficavam rodando pela cidade sem saber exatamente como chegar a casa depois de um dia cansativo de trabalho.

Diante dos fatos, é possível apontar que a opinião dos principais afetados por todas essas alterações não vale nada. Guarulhos pode, perfeitamente, ser comparada a uma Torre de Babel. E quem paga por tudo isso? O contribuinte, que é constantemente desrespeitado, humilhado e ainda, tem que se contentar com obras fantasmas, projetos inviáveis e, aprovar que o dinheiro público seja esbanjado sem planejamento, afinal, pra que economizar se é possível ostentar?

KS

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