domingo, 22 de agosto de 2010

Ser ou não ser eis a questão?


Ser ou não ser eis a questão? A celebre frase do personagem Hamlet, da peça homônima de Willian Shakespeare, sem dúvida é genial, pelo simples fato de exprimir a dúvida permanente do ser humano. Será que estou no caminho certo? Caso ou compro uma bicicleta? Vinho seco ou tinto? E no meu caso específicamente, como jovem jornalista, admito que ultimamente tenho me feito essa pergunta com certa frequência.

Ser ou não ser jornalista eis a questão? Não que eu tenha dúvida que eu ame o meu ofício, mas na verdade trata-se da estranha sensação - a tal dúvida - se estou no caminho certo. Há dias que eu termino de redigir um texto ou uma reportagem e, ao final sinto que realmente nasci pra isso, que fui claro, objetivo e escrevi bem.

Mas, há outros dias que me sinto perdido, um verdadeiro palerma, sem talento, me perguntando o que eu estou fazendo. Sem falar na maldita luta contra o tempo, ao chamado DEAD LINE - linha da morte, ou seja, a hora do fechamento. É nesse momento que, por vezes, fico em pânico, embora admito que a adrenalina é viciante. O tempo corre... e eu corro mais ainda pra fechar meu texto. Até o momento do alívio, ler e entregar o meu texto para a minha redatora. Ufá!

E pra quem pensa que esse é o pior momento. Nada chega aos pés da dificuldade de escrever a primeira palavra, o início de um texto. Há dias que a coisa é fácil, o universo conspira, a inspiração aparece e o texto flui. Simplesmente perfeito! Mas e nos dias que a tela do word fica branca assim como a minha cabeça? Pânico! Tic tac, tic tac, tic tac... O tempo passa rápido, ao contrário da música da Madonna - 4 Minutes - "time goes by so slowly", aumentando meu desespero.

O fato é que de alguma maneira, eu tenho conseguido terminar meus textos, me comunicar, noticiar fatos e protestar, mesmo que de maneira indireta. Diante disso, só lembro de uma frase que ouvi do meu antigo professor de teatro, Edgar de Castro, "a dúvida é o princípio da sabedoria". Analisando minha situação, com esta ótica, surge o alívio, porque no dia em que eu não tiver mais a dúvida e não mais sentir adrenalina, estarei infinitamente soberbo e morto.

Pois é, dizem que isso é amor.

Antagônico; prazer e dor, angústia e satisfação, adrenalina e serotonina, certeza e dúvida.

Silas Macedo

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