segunda-feira, 15 de março de 2010

Fragmentos de um desabafo

Nossa rotina é meio louca! De repente, surge um trabalho relâmpago que tem que ser desenvolvido de uma hora para outra. O cliente tem pressa e não podemos perder tempo. Então começa a correria, as matérias têm que ser desenvolvidas quase que de forma mediúnica.

Começa o processo de pesquisa, tentativas de entrevistas de última hora, muitas vezes frustradas, entre outros pequenos detalhes. A adrenalina vai a mil e o cérebro passa a trabalhar em produção total, até que toda a tarefa seja concebida.

Depois de quase todos os cabelos arrancados, de todas as unhas roídas e das famigeradas marcas de guerra (entenda como olheiras), o material está pronto e preparado para a publicação. Passado todo esse processo, as matérias estão finalizadas, revisadas e liberadas para diagramação. No entanto, o cliente vende mais anúncios do que o esperado e algumas matérias “caem”, sim, a matéria “cai”. Isso significa que caiu fora da publicação, a revista precisa de mais espaço e é óbvio que o conteúdo editorial terá que ser sacrificado.

Afinal, para quê serve o conteúdo editorial? Para quê servem as informações, a não ser para preencher o vazio da falta de anúncios? Na verdade isso não importa. O fundamental é alimentar a fome insaciável do capitalismo selvagem e do consumismo exacerbado.

É essencial alimentar o monstro da futilidade, para manter todos em seus devidos lugares, ou seja, a classe menos favorecida e os que não possuem os estereótipos necessários para fazer parte desse universo de egoístas e superficiais devem permanecer à margem da sociedade.

Será que é certo marginalizar, negros, pessoas acima do peso, pobres, deficientes, entre outros, em nome da manutenção de uma indústria de frascos bonitos, porém vazios? Será que é isso que o ser humano, enquanto animal racional representa? O que é realmente importante para esse bando de hipócritas que fazem parte da sociedade mundial?

Enfim... trata-se apenas de um grito, um desabafo, que talvez não tenha resposta. É apenas uma utopia revelada, nada mais...



Keyla Santos

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