sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Palavra Incógnita

O verbo, tudo começa com ele. A palavra. A ordem divina para o início de todas as coisas...

Ela desde os primórdios dos tempos exerceu um papel importantíssimo para a evolução gradativa da humanidade, permitindo que culturas fossem perpetuadas, conhecimentos passados de geração em geração, reinos erguidos, ou dizimados,  tratados de guerra e paz estabelecidos, mostrando assim o seu poder.

A palavra rompeu limites por meio da notícia, impressa em páginas de papel ou reproduzida pelos quatro cantos do mundo em telas repletas de códigos binários. A importância da palavra é inquestionável, porém a questão é como usá-la, como fazer com que ela abra portas, traga respostas, e chegue aos ouvidos do próximo sem nenhuma distorção ou má interpretação.

Já diziam os antigos, a palavra pode ser bálsamo ou extremamente dolorosa. Como fazer com que o outro não interprete mal o verbo lançado? Como garantir que as palavras sejam como brisa leve? Como ser ético e fiel a verdade e a transmissão da informação.

Sem dúvida, um desafio para aqueles que trabalham com a palavra, mas principalmente para todos que se comunicam e estabelecem relações, desde uma simples orientação de como chegar a algum lugar, reportar um fato, relacionar-se com colegas de trabalhos, familiares, amigos e quem amamos e decidimos passar o resto de nossas vidas.

Diante disso, tenho refletido, após algumas experiências pessoais, que a palavra correta é por vezes uma incógnita, ou melhor desnecessária. Aplicando o conceito de mestres antigos, filósofos, pensadores e poetas, como o de Clarice Lispector - "Viver ultrapassa qualquer entendimento". Sinalizando que, por vezes, devemos deixar de lado a necessidade de entender ou explicar tudo. Aquietando o coração e os pensamentos sem verborragia, permitindo que a verdade venha a tona sem pressa.

Lembrei ainda de um trecho de uma crônica que dizia que o silêncio entre duas ou mais pessoas não representa a falta de diálogo, mas a perfeita sintonia. Respeitar o silêncio do outro e entender em um simples gesto ou olhar tudo o que é necessário. O que faz ter certeza que a palavra é, por vezes, desnecessária.

Fazendo o uso das palavras de uma tia e amiga querida - "Eu sei, mas não sei conceituar" - termino a minha reflexão constatando que há um subtexto repleto de palavras intrínsecas no silêncio que remetem a harmonia e paz.

Silas Macedo

Um comentário:

  1. No início era o Verbo. E o Verbo estava com Deus.
    Deus disse:
    Faça-se a luz e a luz se fez.

    Há um subtexto repleto de palavras intrínsecas no diálogo que remetem a harmonia e paz e objetivos buscados.

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