Dizem que um sábio conselho não tem preço...
Já faz algum tempo que recebi uma lição de um velho amigo. Um ensinamento que certamente levarei para a vida toda. Há quase cinco anos, meu avó me convidou para fazer uma viagem religiosa com todos meus familiares para o santuário de Aparecida no Norte.
Ele, muito religioso e devoto de Nossa Senhora Aparecida, fretou um ônibus, convocou todos os filhos e netos com o intuito de celebrar a fé e a vida. Foi uma viagem marcante, divertida e única, com direito a missa na catedral, passeio pela basílica e almoço em família.
No final da tarde, todos sentamos para descansar e tentar se proteger do sol escaldante daquela região. Meu avó, discretamente, chamou cada um dos familiares e disse algo importante, um conselho, que poderia passar despercebido ou não, dependendo da atenção e percepção de cada um.
Aos netos chamou um a um, deu afago, uma risada e um conselho. Anos depois soube o que foi dito a alguns de meus primos. De forma quase mediúnica e intuitiva, ele falou como seria a vida de cada um de nós.
Quanto a mim, ele me questionou: "Meu filho o que é bom da vida?"
Sem entender o propósito da pergunta, pensei em um milhão de possibilidades, sem levar a sério o questionamento. Ele insistiu e eu respondi: "Sei lá vô!" Foi quando fui surpreendido pela sábia resposta: "O amor! O amor meu filho, seja com uma mulher, um homem, o importante é amar."
Admito que fiquei atônito, sem reação, vislumbrando a profundidade do ensinamento dado por aquele homem simples, aparentemente não conhecedor de grandes mistérios, sem nenhuma formação acadêmica, e que sempre esteve ao meu lado durante toda a sua caminhada terrena.
Em primeiro momento questionei o motivo daquela afirmação, depois por qual motivo ele estava me falando aquilo e, por fim, por que naquele momento? As respostas vieram a mente de forma clara e tranquila. Em sua sabedoria ele enxergava em mim mais do que eu mesmo pudesse vislumbrar, certamente por minha sexualidade e forma de amar diferente. Percebi que ele deu um ensinamento e lampejos de luz para guiar minha caminhada.
Sem entender porque naquele momento, disse a ele que havia entendido o recado e a todo custo colocaria em prática aquele ensinamento. Terminei a conversa rindo. Recordo claramente que voltamos em paz daquela viagem. No dia seguinte entendi o motivo de ter ouvido tal ensinamento naquele momento, meu avô desencarnou no dia seguinte.
Já tive inúmeras divagações sobre esse importante episódio, entre elas; que a sabedoria vem da alma e das vivências que temos em todas as nossas encarnações, fato que explica a facilidade que um homem velho, nordestino, e sem instrução, aceitar todas as formas de amor. Sinceramente espero que o exemplo dele seja seguido por outros. Divaguei ainda sobre como pessoas de fé - mais espiritualizadas - sentem o que devem fazer na caminhada terrestre e, principalmente, sentem quando vão desencarnar.
Fato que ele partiu e deixou plantado em mim a principal lição. Que o mais importa na vida é o amor! Por isso, creio que devemos cultivá-lo, multiplicá-lo e compartilhá-lo.
Termino este texto com a lembrança do avó materno que ficava orgulhoso ao ver meus desenhos mirabolantes na infância e no fim de sua vida era chamado por mim e minha mãe de Gandalf - o mago cinzento descrito por Tolkien em "O Senhor dos Anéis"- porque ambos tinham o mesmo olhar sábio e amistoso.
Silas Macedo
Admito que fiquei atônito, sem reação, vislumbrando a profundidade do ensinamento dado por aquele homem simples, aparentemente não conhecedor de grandes mistérios, sem nenhuma formação acadêmica, e que sempre esteve ao meu lado durante toda a sua caminhada terrena.
Em primeiro momento questionei o motivo daquela afirmação, depois por qual motivo ele estava me falando aquilo e, por fim, por que naquele momento? As respostas vieram a mente de forma clara e tranquila. Em sua sabedoria ele enxergava em mim mais do que eu mesmo pudesse vislumbrar, certamente por minha sexualidade e forma de amar diferente. Percebi que ele deu um ensinamento e lampejos de luz para guiar minha caminhada.
Sem entender porque naquele momento, disse a ele que havia entendido o recado e a todo custo colocaria em prática aquele ensinamento. Terminei a conversa rindo. Recordo claramente que voltamos em paz daquela viagem. No dia seguinte entendi o motivo de ter ouvido tal ensinamento naquele momento, meu avô desencarnou no dia seguinte.
Já tive inúmeras divagações sobre esse importante episódio, entre elas; que a sabedoria vem da alma e das vivências que temos em todas as nossas encarnações, fato que explica a facilidade que um homem velho, nordestino, e sem instrução, aceitar todas as formas de amor. Sinceramente espero que o exemplo dele seja seguido por outros. Divaguei ainda sobre como pessoas de fé - mais espiritualizadas - sentem o que devem fazer na caminhada terrestre e, principalmente, sentem quando vão desencarnar.
Fato que ele partiu e deixou plantado em mim a principal lição. Que o mais importa na vida é o amor! Por isso, creio que devemos cultivá-lo, multiplicá-lo e compartilhá-lo.
Termino este texto com a lembrança do avó materno que ficava orgulhoso ao ver meus desenhos mirabolantes na infância e no fim de sua vida era chamado por mim e minha mãe de Gandalf - o mago cinzento descrito por Tolkien em "O Senhor dos Anéis"- porque ambos tinham o mesmo olhar sábio e amistoso.
Silas Macedo
No final os convidados se retiraram encafifados com uma questão: como é que nessa festa eles serviram o melhor vinho por último. Bom vinho Peter.
ResponderExcluirSem palavras!!!
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