Esses
dias fui surpreendido por uma situação delicada em relação a uma pessoa
deficiente com mobilidade reduzida. Estava com uma amiga - vale ressaltar bem
humana, respeitosa e consciente – em pleno Aeroporto Internacional de
Guarulhos, em São Paulo, quando caminhando pelo saguão, ela resolveu usar o
banheiro.
Eu
fui ao banheiro masculino, e na sequência fui aguardá-la na porta do feminino,
quando me deparei com uma cadeirante, simpática, com aparente trinta anos, que
esperava para usar o sanitário para portadores de deficiência ou mobilidade
reduzida.
Aguardei
minha amiga e, para minha surpresa, ela saiu do banheiro reservado aos
deficientes. Logo perguntei, e fui esclarecido que ela optou por usar aquele
banheiro porque o coletivo estava lotado. Algumas risadas, até quando a cadeirante
começou a proferir palavras agressivas, afirmando que minha amiga havia
desrespeitado o direito dos cadeirantes em usar um banheiro exclusivo.
Símbolo Internacional de Acesso |
Fiquei
tranquilo, tentei acalmar os ânimos e explicar novamente o ocorrido, mas ela
apenas repetia as mesmas palavras, se recusando a ouvir. Nitidamente vi um ser
humano frustrado tentando projetar, justificar ou apaziguar suas frustrações as
lançando em nós. Sem dúvida, uma válvula de escape!
Mas auto lá! Tudo é questão de bom senso, já que minha amiga usou o sanitário por nos máximo três minutos. Alguns municípios não têm uma legislação específica sobre o tema, mas a questão é que esses banheiros podem ser usados por qualquer cidadão na falta de um portador de deficiência. Assim como os assentos nos coletivos reservados para gestantes, idosos e deficientes.
A pauta deste incidente remete a reflexão sobre o uso desses direitos, englobando bom senso e respeito ao próximo, mas também a reação das pessoas. Neste caso, a cadeirante poderia ter reclamado ou informado educadamente a necessidade do uso exclusivo do banheiro, mas ela preferiu lançar suas frustrações no próximo. Fato que fez com que eu e minha amiga nos afastássemos. Nós reservando de receber o peso da frustração dela, mesmo porque ela seria incapaz de ouvir qualquer argumento ou desculpas naquele momento.
Finalizo questionando: Deficiência de que? Bom senso? Educação? Falta de informação? Empatia? Ou apenas deficiência física?
Silas Macedo
Silas Macedo